Pesquisador revela descobertas históricas sobre a Fazenda Santa Clara

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VALENÇA

Localizada na divisa entre a cidade de Valença, no Sul Fluminense, e Santa Rita de Jacutinga-MG, a Fazenda Santa Clara, uma das maiores da América Latina, é conhecida na região pelas 365 janelas do seu Casarão, que chamam a atenção dos visitantes. Outro motivo de quem a visita são as histórias contadas em caráter de sigilo pela população local, mas nunca confirmadas. Agora, os vários mistérios foram revelados pelo pesquisador Rodrigo Magalhães e os registros e relatos coletados foram transformados no livro “Descoberto da Mantiqueira – O Sertão Prohibibo de Rio Preto”.

A Fazenda Santa Clara tem uma área construída que ultrapassa seis mil metros quadrados, como a conclusão de que essa fazenda foi edificada por volta de 1800 em cima do Presídio Velho de Rio Preto, que por sua vez havia sido construído em 1780. Segundo o autor, é por esse motivo que a Fazenda Santa Clara possui um calabouço no andar térreo, com capacidade para prender e castigar 200 escravos ao mesmo tempo, o que foge completamente do comum, razão pela qual é o detalhe que mais impressiona os visitantes.

Livro mostra segredos da maior Fazenda da América Latina, conhecida no Período Colonial pelo grande número de escravos

Produzido a partir de pesquisas de documentos realizadas por Rodrigo no Fórum da Comarca de Rio Preto (MG), além de outras cidades como Barbacena e Ouro Preto, a obra conseguiu encontrar diferentes indícios que dão comprovação aos folclores espalhados na região.

“Os leitores vão se espantar com as histórias da Fazenda Santa Clara, que pude resgatar através dos documentos. É uma leitura muito prazerosa e informativa, com foco em uma das mais importantes Fazendas da região do Período do Império Brasileiro”, disse o autor.

O livro descreve a importância de vários ex-proprietários da Fazenda Santa Clara no cenário regional da época, o que é pouco conhecido atualmente. “A proprietária, Viscondessa do Monte Verde, é a única mulher no Estado de Minas Geraisque recebeu esse título nobiliárquico de viscondessa. Ela que mandou construir, à sua própria custa, a Igreja Matriz de Nosso Senhor dos Passos, na Cidade de Rio Preto, considerada até hoje uma das mais belas igrejas que existe na região”, revela Rodrigo.

Segundo o autor, a leitura revela muitos outros mistérios e segredos. A região pesquisada abrangia 11 cidades: os municípios mineiros de Bom Jardim de Minas, Olaria, Santa Rita de Jacutinga, Rio Preto, Santa Bárbara do Monte Verde, Lima Duarte, Juiz de Fora e Belmiro Braga, e os fluminenses de Valença, Rio das Flores e Paraíba do Sul. A obra cobre o período do Brasil Colônia e o imperial até o ano de 1844.

LIVRO

O livro de Rodrigo Magalhães teve seu lançamento oficial pela Interagir Editora, no dia 2 de Setembro, em Rio Preto (MG). No dia 6 de Setembro, o autor esteve na Bienal do Rio, mais uma realização importante na sua carreira como escritor e pesquisador.

A editora prepara novos lançamentos para este mês: no dia 23, às 11 horas, na Cia do Livro, em Valença; e no dia 29, na Câmara Municipal de Valença (horário a confirmar). Haverá lançamentos também no Festival do Livro de Rio das Flores, nas cidades mineiras de Santa Rita de Jacutinga e Bom Jardim de Minas e no Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG), todos no mês de outubro.

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