BARRA MANSA
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — considerado a prévia da inflação oficial do país — registrou uma alta de 0,19% nos preços em agosto, como foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O destaque do mês vem novamente do grupo Transportes, que teve alta de 0,83% no mês, e contribuiu com 0,17 ponto percentual (p.p.) do índice geral. A gasolina foi o principal destaque, ao ter valorização de 3,33% e 0,17 p.p. no indicador. O índice geral teve uma desaceleração de 0,11 p.p. na comparação com o mês anterior, quando os preços medidos pelo indicador subiram 0,30%. Em agosto de 2023, houve alta de 0,28%. Com os resultados, o IPCA-15 acumulou 4,35% na janela de 12 meses. No ano, a alta é de 3,02%. O resultado veio levemente abaixo das expectativas do mercado financeiro, que eram de que a prévia da inflação registrasse uma alta de 0,20% em agosto.
Alimentação volta a cair
O grupo Alimentação e bebidas voltou a ter deflação no mês de agosto com queda de 0,80%, contra recuo de 0,44% em julho. O resultado ajudou a retirar 0,17 p.p. do índice geral neste mês.
A Alimentação no domicílio, que reúne alimentos in natura, teve queda de 1,30%, também mais intensa do que a de julho (-0,70%). O tomate (-26,59%), a cenoura (-25,06%), a batata-inglesa (-13,13%) e a cebola (-11,22%) foram os recuos mais importantes do mês.
O gerente de um supermercado Jeferson do Nascimento fala que a queda dos preços foi percebida pelos clientes. “O movimento do setor de hortifruti aumentou consideravelmente neste mês, provocado já por essa queda nos preços. Eles vêm, pesquisam e comentam que está mais barato”, cita, acrescentando que as frutas da estação como laranja lima, bananas e abacate também registraram alta nas vendas.
Já a Alimentação fora do domicílio acelerou em relação a julho, passando de 0,25% para 0,49%. Houve alta do lanche (de 0,24% para 0,76%) e da refeição (0,23% para 0,37%).
Variação dos grupos em agosto: Alimentação e bebidas: -0,80%; Habitação: 0,18%; Artigos de residência: 0,71%; Vestuário: 0,09%; Transportes: 0,83%; Saúde e cuidados pessoais: 0,27%; Despesas pessoais: 0,43%; Educação: 0,75%; Comunicação: 0,09%.
Oito dos nove grupos pesquisados pelo IBGE tiveram alta de preços em agosto. Além da gasolina, os demais combustíveis também tiveram altas expressivas no mês, e ajudaram o grupo Transportes a subir.
O etanol (5,81%), o gás veicular (1,31%) e óleo diesel (0,85%) subiram, trazendo ganhos ao subgrupo combustíveis (3,47%). As passagens aéreas, que haviam subido quase 20% no último mês, registraram queda nos preços (-4,63%).