VOLTA REDONDA
Com o propósito de levar informações e promover uma interação com a população em tempos de isolamento social, por conta da Covid-19, o advogado, mestre em Direitos Sociais e ex-presidente da OAB-VR, Alex Martins, realizou na noite de terça-feira (05), mais uma live, através da sua rede social. Com a participação da presidente da Casa da Criança e do Adolescente de Volta Redonda, Guaraciara Lopes, carinhosamente conhecida como Guará, foi debatido sobre os desafios das Organizações Sociais Civis em meio à pandemia.
Logo no início do evento, Alex Martins, disse da sua trajetória no município. “Sou morador de Volta Redonda, filho de metalúrgico aposentado da CSN. Minha mãe é dona de casa. Me formei em Direito pelo Centro Universitário de Barra Mansa há cerca de 20 anos e estive à frente da presidência da OAB-VR nos últimos oito aos. Sou casado com a Raphaela e pai da Anna Júlia e Alice. Tenho muito orgulho da minha cidade e da minha família, que foram e são os pilares de sustentação da minha formação cidadã”, destacou.
Guaraciara também fez um breve relato de sua atuação no município. “Cheguei aqui em 1984. Até então, cursava Geologia na Universidade Rural, mas daí eu descobri que gostava mesmo era de gente e que tinha uma identificação forte com criança e adolescente. Por isto, há 24 anos atuo na Casa da Criança e Adolescente, onde comecei como voluntária e atualmente, tenho o desafio de estar na presidência. Construí toda a minha vida profissional com os vínculos criados com a Casa, entre eles a participação no Conselho de Desenvolvimento Urbano, Conselho da Criança e do Adolescente e Agenda 21”.
Durante o evento, foi feito menção a ilustre frase do Bispo Emérito da Diocese Barra do Pirai/Volta Redonda Dom Waldyr Calheiros, falecido em novembro de 2013: ‘Aqui no Brasil, pra se fazer o bem tem que ser teimoso’. E essa teimosia que tem impulsionado Guaraciara Lopes na atuação da Casa da Criança e do Adolescente, que anualmente atende cerca de 30 mil jovens
Os trabalhos tiveram início com a fundação da Pastoral da Criança, em 1993, que tinha à frente a Irmã Elizabeth Alves. Três anos depois, a Pastoral esbarrava na limitação do atendimento às crianças vítimas de violência intrafamiliar. Assim, em 1996, foi fundada a Casa da Criança e do Adolescente. A organização social de direito privado e interesse público, situada na Rua 21, 34, na Vila Santa Cecília, leva seus trabalhos a 12 municípios da região Sul Fluminense. A atuação é irradiada a outros 12 municípios da Região serrana, através do Núcleo da Instituição em Nova Friburgo.
“Temos cerca de 70 profissionais para o desenvolvimento de três projetos: o ARCA (Atenção e Respeito à Criança e ao Adolescente, voltado a vítimas de maus tratos, entre zero e 18 anos de idade, custeado pela Fundação da Infância e do Adolescente (FIA); o Curumim, que envolve atividades lúdicas-pedagógicas com o objetivo de atender criança em situação de risco social (faixa etária de 5 a 16 anos) no contra turno escolar, trabalhando na prevenção da violência além de oferecer oportunidades da prática de esportes e artes. Este programa é custeado pela Loterj; O Programa de Apoio à Família tem o intuito de dar suporte ao trabalho da Pastoral da Criança, por meio dos profissionais voluntários, como dentistas, fonoaudiólogas, psicólogas, médicos de diversas especialidades, laboratórios e doadores de cestas básicas e leite. Assim, as ações desenvolvidas são da Assistência Social e Saúde”, explicou Guara.
Alex Martins analisou que a construção de políticas públicas de defesa dos direitos sociais perpassa por toda a sociedade. “Não podemos atribuir somente ao Estado essa função. Até porque, quem tem fome, sede, frio ou sente dor, tem pressa. Também é fundamental destacar que para cada R$1 investido em políticas sociais existe um retorno que permite a redução das desigualdades no país e a abertura de novas oportunidades”.
Finalizando a live, Guaraciara disse que um novo mundo está em processo de construção, mas que é preciso colocar o coração em todas as ações a serem desenvolvidas. Já o advogado Alex Martins enfatizou que é preciso coragem, determinação, caridade e solidariedade para uma vida mais fraterna.