Pátio de Manobras: Uma luta de 70 anos que é realidade em Barra Mansa

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BARRA MANSA

Há mais de 70 anos já se falava de um projeto do pátio de manobras. Barra Mansa é dividida pela linha férrea, que faz parte da história. Mas ao longo dos anos, a mobilidade urbana ficou prejudicada e foi necessário pensar em meios para amenizar o que a frequência de trens passando diariamente pela cidade interfere na vida do cidadão. Em 2010 foram iniciadas as obras de readequação ferroviária, mas quatro anos depois paralisadas. Em 2020 foram retomadas e acontecem em diversos pontos do município com intervenções já concluídas e a segunda fase engatilhada para acontecer em 2021.

Em entrevista ao A VOZ DA CIDADE, a equipe de supervisão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) que fica em Barra Mansa, falou sobre os trâmites atuais que são chamados de primeira fase e o que está previsto para acompanhar com a licitação para a segunda etapa. A expectativa é que até o primeiro trimestre de 2022 seja concluída a fase atual e iniciada a próxima, que consiste no arruamento.

Com as obras novas ruas serão abertas do lado direito e esquerdo – Foto: Fábio Guimas

As obras de readequação ferroviária têm o objetivo de transferir as manobras de operações ferroviárias do Centro para a área em Anísio Brás, possibilitando assim a utilização das áreas centrais pela prefeitura para execução de intervenções que proporcionem o desenvolvimento. O projeto prevê a adequação de 4,84 quilômetros de corredor ferroviário no perímetro urbano; a adequação, reconstrução, implantação e pavimentação de cerca de 5,7 quilômetros de vias urbanas; a realocação do Pátio de Barra Mansa para a antiga Estação Anísio Brás; e a implantação de dispositivos de transposição da faixa ferroviária (para pedestres e veículos mistos) com o objetivo de eliminar as principais passagens em nível com o feixe ferroviário. As adequações geométricas (puxamento das linhas), já estão sendo executadas pelas concessionárias ferroviárias.

Casas entregues aos assentados – Foto: Fábio Guimas

Uma das passarelas que estão sendo construídas pela cidade – Foto: Fábio Guimas

 

 

 

 

 

Um grande entrave foi a situação de famílias que precisariam ser realocadas. Algumas aceitaram se mudar para casas construídas no Campo do Ferroviário, outras preferiram receber a indenização. Segundo a assistente social Carolina Cardoso de Oliveira, 17 unidades residenciais já foram construídas e em fase de finalização estão mais três unidades e duas comerciais. “São famílias da Várzea da Oficina. As casas delas ficarão prontas um pouco depois porque lá atrás no processo judicial aceitaram o acordo depois das demais. Serão entregues no próximo mês”, disse, frisando que paralelo a equipe trata com as famílias que receberão as indenizações. O ritmo está devagar para as negociações estão acontecendo e transcorrerão sem problemas para o andamento do projeto. “Somo a ponte entre as famílias e o Dnit. Apresentamos o valor do laudo emitido e entramos na negociação para pagamento dos valores devidos”, completou.

O fato é que o viaduto da Saint Gobain, paralisado há anos, só pode ser construído quando essa parte do acordo judicial for concluída. Ainda mais necessário é a VLI fazer a mudança da sua linha de lugar. Atualmente a MRS Logística está fazendo essa realocação e em breve a outra concessionária iniciará o procedimento. “Tem verba prevista e liberada para a conclusão do viaduto, assim como para os muros de contenção previstos ao longo da ferrovia, as passarelas (duas serão concluídas até o final do ano na altura da prefeitura e no Parque da Cidade)”, informou o engenheiro civil Pedro Henrique Santa Rosa. Sobre o muro, está já sendo erguido e irá da altura do Campo do Ferroviário até o Córrego Cotiara que fica depois da prefeitura. Será em diversos tamanhos ao longo da ferrovia e a intenção é impedir que pessoas atravessem fora das passagens de níveis que serão somente três – Alberto Mutel, Duque de Caxias e em Saudade, além da passagem pelos viadutos e passarelas.

O técnico de campo Marcelo Gomes Nogueira destacou que as vias que serão abertas, aliadas aos viadutos, serão facilidades para os motoristas terem uma rota alternativa que os impedirá de passar sobre a linha férrea.

Além da MRS, em Barra Mansa passam trens da VLI – Foto: Fábio Guimas

EM VIA DE SER LICITADA

E as vias que serão abertas estão contempladas na segunda fase que está em via de ser licitada. Com a verba destinada pelo Dnit será construída uma nova rua que irá da Eduardo Junqueira até a passagem de nível do bairro Saudade. Além disso, na Dario Aragão, com o puxamento da linha sendo feito mais para a área central da faixa ferroviária, serão abertos mais dez metros de largura, possibilitando uma nova via. Em todo o trecho serão construídas calçadas dos dois lados e a prefeitura fala até mesmo de transferir todo o estacionamento das principais avenidas para todo o trecho que segue até a prefeitura.

EQUIPE À DISPOSIÇÃO

A equipe de supervisão se coloca à disposição dos munícipes afetados pelas intervenções para esclarecimentos. “Com o avançar das obras, além das famílias assentadas e as indenizadas, muitas pessoas podem ter dúvidas então temos uma equipe para orientar e responder os questionamentos. Temos um telefone que pode ser disponibilizado para isso que é o (24) 99306-8333, que funciona de 8 às 17 horas”, informou Carolina Cardoso.

Paulo José Café coordena a equipe do contrato da supervisora. Ele está em Barra Mansa há dois anos. Apesar dos trâmites normais de uma obra desse tipo, ressalta que as indenizações estão demorando um pouco mais do que deveriam, mas a equipe tem resolvido cada situação em particular. “Resolvendo isso, entregamos a primeira fase toda em seis meses. E a segunda está em vias de ser licitada”, finaliza.

O total do projeto está em torno de R$ 94 milhões.

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