Barra Mansa
A meia-noite de hoje o novo valor da passagem das linhas urbanas municipais começou a valer. Passou de R$ 3,80 para R$ 4. E ontem, na véspera do aumento, o A VOZ DA CIDADE foi às ruas para ouvir a população que utiliza o serviço e saber como ele está sendo oferecido pelas empresas que fazem o transporte de passageiros na cidade. Críticas sobre as condições e manutenção dos veículos, além dos horários, foram os assuntos mais citados pelos entrevistados.
O montador Paulo César da Silva, morador do bairro Ano Bom, contou que é usuário assíduo do transporte público e que apesar de morar em um local considerado de “fácil acesso” costuma sofrer com a espera pela condução. “O horário não bate, chego a ficar 20 minutos esperando um ônibus e olha que moro ali no Ano Bom e posso pegar três; imagina quem mora mais longe. Quando vem, chega um atrás do outro”, afirmou.
Questionado sobre como vê o reajuste no preço, o montador foi enfático ao dizer que não concorda com o aumento e explicou o porquê: “Os ônibus não estão nas melhores condições, às vezes eles quebram e nesse calor você tem que andar sem nenhum ar-condicionado”.
A aposentada Cleuza Nascimento Rodrigues, moradora do bairro Vila Coringa, também fez críticas ao serviço de transporte público. “Tem horas que fico mais de 20 minutos esperando um ônibus. Não tem horário certo. Fora as condições que não estão nada boas”, lamentou, frisando que pelo curto trajeto que faz acredita que o preço da passagem está muito acima.
A dona de casa Nanci Nogueira acompanhou a aposentada e lembrou algumas situações inusitadas. “Moro no Santa Rita de Cássia e o ônibus costuma demorar de 50 minutos a uma hora. Quando ele não quebra e não mandam outro e a gente tem que se virar como dá. A passagem só sobe, mas a qualidade do serviço não acompanha. Só fiquei sabendo do aumento da passagem hoje (segunda-feira)”, falou.
Já o aposentado Ilton Gonçalves da Silva lembrou o quanto o aumento de R$ 3,80 para R$ 4 vai afetar no orçamento de casa. “Eu não pago passagem, mas a família paga. Então, com certeza é ruim esse aumento. Tudo aumenta, não é mesmo?! Menos o nosso salário”, avaliou.
Reajuste previsto em contrato
O reajuste no valor da passagem está previsto no contrato de concessão do Novo Transporte Público de Barra Mansa, feito em 2015. Inicialmente, as empresas tinham proposto o valor de R$ 4,42, mas após um decreto assinado pelo prefeito Rodrigo Drable (PMDB) o aumento passou a ser de 20 centavos – de R$ 3,80 para R$ 4.
inferior ao necessário
Em entrevista dada na semana passada ao A VOZ DA CIDADE, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Sindpass), Paulo Afonso de Paiva Arantes, disse que R$ 4 é um valor inferior ao necessário para manter a frota e a folha de pagamento em dia. Ele mencionou existir reajustes salariais, combustíveis que aumentam sempre, além da manutenção dos ônibus.
Segundo dados do Sindpass, atualmente a frota é composta por 100 coletivos, gerando 700 empregos, por mês, são 850 mil usuários, com uma média de 30 mil passageiros por dia, destes, 30 % seriam gratuidades.
Questionado ontem a respeito do reajuste, já que o consórcio Triecon poderia entrar na Justiça questionando o valor, Paulo Afonso reafirmou mais uma vez que o valor é abaixo do necessário, mas que não procurarão o Judiciário. “Já vivemos essa dificuldade há muito tempo e vamos suportar até que consigamos resolver a questão. A queda dos passageiros é o maior problema que enfrentamos. Para o próximo ano vamos instalar wi-fi e implantar o aplicativo para que os usuários saibam que horas o ônibus vai estar no ponto”, garantiu.
FISCALIZAÇÃO
A respeito das reclamações da população, o secretário de Ordem Pública, Luiz Furlani, informou que as denúncias são todas fiscalizadas e muitas vezes os ônibus são autuados. Ele pediu que as pessoas denunciem através do 2106-3400. Segundo Furlani, as conquistas do wi-fi e o aplicativo foram determinação da Secretaria para o consórcio cumprir.
