SÃO PAULO
A ida de empresários do Sul Fluminense para a 29ª Feira Internacional da Construção Civil e Arquitetura (Feicon) e o 100º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC) foi mais do que uma visita técnica aos maiores eventos do setor na América Latina. Promovida pelo Sindicato da Indústria da Construção e do Mobiliário do Sul Fluminense (Sinduscon-SF), em parceria com a Firjan, a caravana, realizada nesta quinta-feira, dia 10, teve como foco ampliar horizontes, gerar conexões e trazer inovação para o mercado regional.
Formada por empresários, engenheiros e profissionais da área, a delegação foi acompanhada pela diretoria executiva do sindicato. Para o diretor executivo do Sinduscon-SF, Anderson Garani, o objetivo vai além da simples participação. “É trazendo os associados e profissionais da região pra uma feira igual a essa, que conseguimos transmitir a evolução do nosso setor produtivo. E tendo isso, voltar com as informações para o Sul Fluminense. Toda a tecnologia que está exposta aqui hoje, traz mais conhecimento aos associados, aos profissionais da área que vêm dentro dessa caravana e a gente volta com esses conhecimentos para aplicar no Sul Fluminense”, explicou Guarani.
Feicon apresenta tendências e soluções tecnológicas
Considerada a maior feira da construção civil e arquitetura da América Latina, a Feicon reuniu mais de 100 mil profissionais e mais de mil marcas expositoras. Os participantes da caravana puderam conhecer de perto soluções construtivas, ferramentas e materiais que ainda não são amplamente utilizados na região.
A engenheira de qualidade da Aceplan, Ingrid Carvalho, participou pela primeira vez e destacou a importância da experiência. “Eu sempre quis vir, mas eu nunca tive oportunidade, mas dessa vez, esse ano, eu consegui vir. Gostei muito das propostas novas que eles trouxeram pra feira. Propostas construtivas que na nossa região não tem. E achei as ideias o máximo. Acho muito importante e muito legal ter a caravana, porque é um jeito de incluir o pessoal da construção civil em outros eventos de outros estados. Tem como tirar muita coisa daqui e levar para a nossa região. Tem muitas ideias de modelos construtivos, ferramentas, materiais que lá a gente não vê e é um network completo”, afirmou Ingrid.
Industrialização ganha força diante da escassez de mão de obra
Durante o ENIC, promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), um dos temas que mais gerou reflexões foi a necessidade de adotar sistemas industrializados como alternativa à crescente dificuldade de encontrar mão de obra qualificada. A proposta é usar materiais e processos mais padronizados, que reduzam a dependência de profissionais em campo, acelerem prazos e aumentem a produtividade nas obras.
Além disso, o evento reuniu representantes do setor e autoridades em mais de 120 painéis. O presidente da CBIC, Renato de Souza Correia, destacou a importância da participação de empresários de todas as regiões do país. “É muito importante que esse evento congregue, ele é em São Paulo, para ser centralizado com acesso aéreo. Então é importante que todas as cidades, os estados possam participar, assim como a delegação Sul-Fulminense daqui. É importante vir, trocar ideia, fazer network, muita inovação, se vê o estande ali do SEBRAE, quantas ideias fantásticas que ajudam as empresas a cumprirem sua missão”, declarou Correia.
O presidente também frisou os grandes temas debatidos, como o programa Minha Casa Minha Vida, sustentabilidade e segurança jurídica. “O Minha Casa Minha Vida é um dos maiores programas habitacionais do mundo. Teve um upgrade, teve uma melhoria com o Fundo Social, que é o dinheiro do pré-sal, muito esperado, em função da poupança estar com alguns saques. Então é muito importante tudo isso para a sociedade brasileira e o evento marca isso. Nós discutimos aqui grandes desafios também para o setor, que é a segurança jurídica, por exemplo, a nossa participação, que a gente pretende ter na sustentabilidade. O evento da Cop 30. Discutimos a questão da produtividade da mão de obra, discutimos a questão da habitação no mundo, tivemos participação da Paloma do BIT, que é o Banco Interamericano de Desenvolvimento, é recheado de conteúdo e muito importante principalmente para os empresários e os profissionais da área estarem aqui”, destacou Renato.

Foto Bruna Cuconato
Impacto direto nos negócios regionais
Com novas ideias, conexões e uma visão mais ampla do setor, os empresários retornam ao Sul Fluminense com a missão de aplicar o que foi aprendido. Para muitos, a participação representa um diferencial competitivo e uma oportunidade concreta de crescimento.
Edmilson Reis, proprietário da Real VR Móveis, avalia a experiência como essencial para quem atua no interior. “Principalmente, nós que estamos no interior, essa porta, esse acesso à capital, aos grandes produtos, às novidades, isso nos traz a possibilidade de estarmos na vanguarda, de levarmos soluções, produtos, condições especiais para nossos clientes. Então, pra nós é maravilhoso”, afirmou.
A expectativa agora é colher frutos a médio e longo prazo, com um setor cada vez mais alinhado às transformações que estão moldando o futuro da construção civil no Brasil.