BRASÍLIA
O Intercâmbio Brasil-África pela Proteção da Mulher, realizado nesta semana em Brasília, reuniu delegações de cinco países africanos de língua portuguesa.
O encontro, realizado pelo Banco Mundial e pela Secretaria da Mulher do Distrito Federal, promoveu a troca de experiências em áreas de empoderamento feminino e enfrentamento da violência contra a mulher. Um dos temas debatidos foi como aumentar a participação das mulheres na política e em cargos de decisão.
Mariana Ceratti, do Banco Mundial Brasil, conversou com três autoridades, que falaram sobre as conquistas e os obstáculos
Angola tem 52% de mulheres na população e 30% de mulheres na Assembleia Nacional, ou seja, 66 mulheres em um universo de 220 deputados. Para a deputada Cândida Maria Guilherme Narciso, as cotas para mulheres nos partidos políticos são importantes para alcançar a igualdade na participação política.
A parlamentar ainda destacou o desafio de universalizar o acesso a educação para as angolanas.
“É preciso contar com a mão de obra, com o conhecimento dessa grande massa que somos nós, as mulheres, por todas as nossas valências, por toda a nossa forma de ser e de estar”.
A ministra da Educação, Família e Inclusão Social de Cabo Verde, Maritza Rosabal, falou sobre a última grande conquista das cabo-verdianas: a Lei de Paridade, aprovada no Parlamento em 31 de outubro. A lei estabelece a representação mínima de 40% de cada um dos sexos nas listas de candidatura aos órgãos colegiais do poder político. Além disso, os conselhos de administração e outros cargos de nomeação na administração pública, empresas públicas, empresas com participação do Estado e institutos públicos devem ter representação paritária.
“O desafio maior agora é a implementação desta lei. Nós precisamos não só de mulheres em quantidade no poder, mas também com qualidade, comprometidas”.
A Ministra da Justiça, Administração Pública e Direitos Humanos de São Tomé e Príncipe, Ivete Santos Lima Correia, elogiou o espírito empreendedor das mulheres do país. Ela enfatizou a necessidade de dotar as mulheres de mais capacitação, encorajamento e autoestima para conquistar melhores oportunidades econômicas.
“Já tivemos mulheres que ocuparam o cargo de primeira-ministra, ministra das finanças, deputadas, presidente da Assembleia, mas ainda há muito que fazer, particularmente no que diz respeito à formação”. (*Com informações da Agência ONU News).