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Paraty e Vassouras estão em mapa de risco para ressurgimento da poliomielite

Por Carol Macedo
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SUL FLUMINENSE

O Ministério da Saúde divulgou um mapa de risco para o ressurgimento da poliomielite, informando que 312 cidades brasileiras, em 24 estados, vacinaram no ano passado menos de 50% das crianças menores de um ano contra doença, também conhecida como paralisia infantil. No estado do Rio de Janeiro, cinco municípios estão nesse mapa, sendo que duas cidades da região: Paraty (46,5%) e Vassouras (35.25%). As três demais são Japeri (27,64%), Guapimirim (33,51%) e Casimiro de Abreu (44,05%). Em resposta ao A VOZ DA CIDADE, a Prefeitura de Vassouras, através da Secretaria de Saúde, informou que houve um problema na alimentação do sistema de vacina. “A cobertura vacinal é de 96% do público alvo”, disse o coordenador de Imunização, Luiz Guerra. O erro no envio de dados e a retirada da cidade do mapa de risco não foram confirmados até o fechamento desta edição pelo Ministério da Saúde.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a meta recomendada é 95% para que o Brasil, livre da pólio desde 1990, não tenha novos casos da doença.

Os números do Estado do Rio de Janeiro representam apenas 5,4% dos 92 municípios, mas não deixam de ser preocupantes. Em todo o país, os estados com a maior proporção de municípios em alerta são: Bahia (15.11%), Maranhão (14.29%), Piauí (13,84%) e Roraima (13,33%). Somente Rondônia, Espírito Santo e Distrito Federal não têm cidades com cobertura vacinal para poliomielite inferior a 50%.

O Ministério da Saúde reuniu representes de estados e municípios para emitir o alerta. Segundo a  coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI), Carla Domingues, o risco do retorno da doença no país é real. “O risco existe para todos os municípios que estão com coberturas abaixo de 95%. Temos que ter em mente que a vacinação é a única forma de prevenção da Poliomielite e de outras doenças que não circulam mais no país. Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas, conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual. É uma questão de responsabilidade social”, disse.

O Ministério da Saúde tem orientado os gestores locais que organizem suas redes, inclusive com possibilidade de readequação de horários mais compatíveis com a rotina da população. Outra orientação tem sido o reforço das parcerias com as creches e escolas, ambientes quepotencializam a mobilização sobre a vacina por envolver também o núcleo familiar. Outro alerta constante da Pasta é para que estados e municípios mantenham os sistemas de informação devidamente atualizados.


Os pais têm a obrigação de atualizar as cadernetas dos seus filhos, em especial das crianças menores de cinco anos que devem ser vacinadas. “As vacinas ofertadas pelo SUS estão disponíveis durante todo o ano, exceto a da gripe que faz parte de uma campanha e exige um período específico de proteção, que é antes do inverno”, enfatizou Carla Domingues. Uma oportunidade de atualizar caderneta será na próxima Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, que acontecerá no período de 6 a 31 de agosto de 2018.

A assessoria da Prefeitura de Vassouras informou que a cidade entrou no mapa por erro no sistema, mas não soube informar se a correção já havia sido feita.  A assessoria da Prefeitura de Paraty foi procurada, mas até o fechamento desta edição não tinha se pronunciado sobre o baixo percentual de cobertura vacinal.

SOBRE A PÓLIO

A poliomielite ou “paralisia infantil” é uma doença infecto-contagiosa viral aguda, caracterizada por um quadro de paralisia flácida, de início súbito. O déficit motor instala-se subitamente e sua evolução, frequentemente, não ultrapassa três dias. Acomete em geral os membros inferiores, de forma assimétrica, tendo como principal característica a flacidez muscular, com sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido.

A transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa, pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via oral-oral, através de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar). A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.

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