COSTA VERDE
Duas importantes reuniões aconteceram nesta semana em Angra dos Reis, durante os eventos, foram apresentadas as propostas de candidatura a Patrimônio Mundial do primeiro sítio misto brasileiro na categoria ambiental e cultural – Paraty e Angra dos Reis: cultura e biodiversidade, título conferido pela Unesco. A expectativa é que este sítio formado por Angra e Paraty receba o título na próxima reunião do Comitê do Patrimônio Mundial, que vai ocorrer de 30 de junho a 10 de julho de 2019, em Baku, no Azerbaijão.
O processo de construção de candidatura começou com a preparação técnica do dossiê, entregue à Unesco em janeiro de 2018. Após a avaliação de especialistas do Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios (Icomos) e da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), esses organismos, por meio de seus especialistas, elaboraram um relatório que vai subsidiar a análise do Comitê do Patrimônio Mundial.
A arquiteta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Candice Ballester, explicou que o reconhecimento como patrimônio mundial é um compromisso, pois implica na valorização, promoção e gestão compartilhada do bem. “O Brasil possui, atualmente, 27 bens, 14 sítios do Patrimônio Cultural e 13 do Patrimônio Natural. Para nós, é um desafio trabalhar neste projeto, que é uma candidatura inédita de um sítio misto na categoria ambiental e cultural – Paraty e Angra dos Reis”, destaca.
Secretaria Especial da Ilha Grande
A primeira reunião aconteceu na segunda-feira, na parte da manhã, no Centro de Estudos Ambientais (CEA), na Praia da Chácara, e a segunda, no final da tarde, no auditório do Inea, na Vila do Abraão, na Ilha Grande. Participaram dos encontros representantes das Prefeituras de Angra e Paraty, Iphan, Ministério da Cultura, Ministério do Meio Ambiente, Instituto Estadual do Ambiente (Inea), além de comerciantes e moradores locais.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, João Carlos Rabello, os moradores compreenderam e aceitaram a proposta de candidatura da Ilha Grande ao lado de Paraty como patrimônio cultural e natural da humanidade. “Eles entenderam que isso vai beneficiar a ilha, porque será necessário, após o reconhecimento, um plano de gestão em que estarão envolvidos os Governos Federal e Estadual e a prefeitura. Os moradores viram isso como um aceno para a solução de problemas históricos da Ilha Grande”, citou.
Rabello destaca que para organizar e participar desse plano de gestão, a Prefeitura decidiu criar a Secretaria Especial da Ilha Grande. “Ao longo das próximas semanas, vamos ouvir os moradores de todas as localidades da Ilha Grande para determinar prioridades e um plano de médio e longo prazo para desenvolvimento econômico e sustentável da Ilha Grande, baseado no turismo, na pesca e na maricultura”, destacou Rabello.
No encontro, os moradores da Ilha Grande apresentaram propostas que foram registradas e serão incluídas no escopo do projeto de criação da Secretaria Especial da Ilha Grande, que está sendo coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico.