VOLTA REDONDA
O Memorial Zumbi, na Vila Santa Cecília, sediou neste sábado, ações do ‘Projeto Sala do Saber’, que consiste em trocar conhecimento, valores e força do povo negro. Para ministrar a palestra na edição de estreia da atividade promovida pela Secretaria Municipal de Cultura, foi convidada a mestra Sandra Coleman.
Na ocasião, ela fez o lançamento da revista ‘Educação em Dois Mundos. Mulheres Negras Brasileiras: Presença e Poder’. A publicação surgiu a partir da exposição ‘Mulheres Negras Brasileiras: presença e poder? ’; que aconteceu em Nova Iorque (EUA), em dezembro do ano passado.
Neste primeiro encontro, a palestrante falou de sua experiência de vida e de como a exposição mostrou um lado das mulheres negras brasileiras, que muitas vezes passava invisível diante dos olhos do mundo: a intelectualidade da mulher negra brasileira. “Escolhi mulheres negras, graduadas e que tivessem um caso de racismo para contar. São 40 amigas e mulheres que conheci através das redes sociais, além de dez mulheres do movimento negro do Rio de Janeiro”, explicou Sandra, lembrando que publicação está na Biblioteca Municipal dos Estados Unidos para ser homologada.
A secretária municipal de Cultura, Aline Ribeiro, destacou a importância e função do Projeto Sala do Saber. “As edições serão mensais, sempre no Memorial Zumbi, na Vila Santa Cecília, e vão debater teses, dissertações, artigos científicos que abordem a cultura negra”, disse.
O prefeito Samuca Silva acredita que eventos como este incentivam à cultura. E a presença do público mostra que o tema é atual e merece ser abordado e discutido. “Este será mais um espaço em Volta Redonda para disseminar cultura e promover a troca de experiências”, declarou o prefeito.
Também prestigiaram o evento o secretário de Ação Comunitária do município, Marcus Vinícius Convençal, que afirmou: “achei o tema interessante e quis conhecer mais o trabalho de Sandra Coleman”, finalizou.
O auditório do Memorial Zumbi ficou lotado para assistir a palestra e entre as mais empolgadas estavam as irmãs Célia e Ciça Moraes. “Como umbandistas, religião de matriz africana, achamos que podemos discutir cidadania através da religiosidade”, disse Célia.
Uma das mulheres que está na exposição acerca do tema, no local, é a administradora de empresas, Rosimary Silva Gonçalves. “Tenho muito orgulho de fazer parte deste trabalho, pois sou mulher, negra e cidadã. Tenho consciência da importância da discussão do papel da mulher negra na sociedade”, disse.