SUL FLUMINENSE
O país ainda enfrenta reflexos da crise econômica provocada pelo avanço do coronavírus desde meados de março. Com a determinação do isolamento domiciliar houve queda de consumo de produtos e serviços, impacto na produção industrial e de empresas responsáveis pela contratação de boa parte da mão de obra que movimenta a cadeia econômica nacional.
No Brasil, a taxa de desocupação chegou a 14,6% no terceiro trimestre do ano, uma alta de 1,3 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior (13,3%). A maior taxa registrada na série histórica do IBGE, iniciada em 2012, e corresponde a 14,1 milhões de pessoas. Ou seja, mais 1,3 milhão de desempregados entraram na fila em busca de trabalho.
E com o desemprego na pandemia a Serasa, em parceria com a Blend New Reserch, acaba de divulgar um estudo sobre o perfil do endividamento dos brasileiros neste ano. A conclusão é que devido ao vírus circulando e a alta taxa de desemprego, o consumidor passou a se endividar para manter despesas básicas como mantimentos e contas de luz, água e aluguel. Tal atitude também é observada em como o auxílio emergencial foi utilizado: 64% dos usuários usaram ou pretendem usar o valor para despesas domésticas. Situação de muitos moradores do Sul Fluminense.
A técnica de contabilidade Anastácia Silveira, 43, saiu do emprego em maio e viu desde então os gastos com as compras mensais subir demasiadamente. “No início a gente pensa que vai dar conta, mas com o passar dos meses, tudo ficando mais caro e você sem dinheiro, salário, o jeito é usar cartão, dar cheques. Muitas das contas atrasadas são de cartões de supermercados. Nunca vi um arroz e óleo tão caro como neste ano devido à pandemia”, comenta a moradora de Resende que esta negativada em torno de R$ 3 mil pelas compras de alimentos e outros produtos. “A rotina à mesa está mudando porque já não consumimos o que era habitual, reduzi muito a lista de compras e pretendo manter assim para o Natal”, comenta.
O aposentado José Barbosa, 71, paga a maior parte da despesa do orçamento domiciliar com os alimentos. “Não pago aluguel e por isso a energia, água e as compras de mês são as mais altas. Nessa pandemia tem sido muito mais caro ir ao supermercado. Uso cartão fidelidade de um mercado da cidade e as faturas já acumularam, está tudo muito caro e com todos em casa o consumo é maior. Tenho dois filhos desempregados e os custos acabam mais sobre mim”, comenta.
CARTÃO É O VILÃO
De acordo com a Serasa, outro fator que corrobora com essa descoberta é que mesmo com o período de lockdown no país, o que diminuiu e limitou as opções de gastos, o cartão de crédito ainda liderou o ranking de dívidas, um indicativo de que o recurso tem possivelmente sido utilizado para compras essenciais.
Mesmo o desemprego tendo ficado estável como maior motivo de endividamento quando comparado ao ano de 2019, a suspensão ou alteração do contrato de trabalho pode ter afetado a capacidade financeira da população. “Quando a renda do brasileiro é cortada, seja em partes ou por completo, o cartão de crédito é o primeiro recurso para manter compras cotidianas, mesmo que isso possa se tornar uma dívida futuramente”, afirma gerente de marketing da Serasa, Matheus Moura.
Outro fator relevante é que, apesar de estarmos no meio de uma pandemia, em 2020, o endividamento com gastos de saúde não está entre os mais citados como motivo de endividamento, diferentemente de 2018 e 2019.
CHANCE DE LIMPAR O NOME
A pesquisa também aponta que oportunidades de limpar o nome, ficar livre das dívidas e voltar a ter crédito no mercado são o que interessa para o consumidor. Tendo como maiores motivos para renegociar uma dívida ter o “nome limpo” (54%) e se deparar com uma ótima oferta para quitar o débito (24%). Pensando nisso, a Serasa prorrogou até o dia 21 o Feirão Serasa Limpa Nome, que tem descontos de até 99% para negociar dívidas com mais de 50 empresas de diversos setores.
O 26º Feirão Serasa Limpa Nome acontece até 21 de dezembro em todas as plataformas oficiais da empresa disponibilizando mais de 64 milhões de débitos com ofertas diferenciadas. Desde o início dessa edição, já foram mais de 4 milhões de dívidas negociadas.