Pandemia adia o sonho do casamento e causa prejuízos a noivos e profissionais do ramo

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SUL FLUMINENSE

Além das atividades econômicas e da rotina normal, a pandemia de coronavírus interrompeu muitos planejamentos e sonhos. Dentre eles, o casamento.

De acordo com a Diocese Barro do Piraí/Volta Redonda, as cerimônias que aconteceriam neste período foram adiadas para quando a situação normalizar, ou quando as celebrações forem permitidas, o que ainda não foi definido. Segundo dados informados, as principais igrejas realizavam, em média, antes da pandemia, nove cerimônias por mês.

Já no civil, as cerimônias continuam a ser realizadas, mas de forma diferente. De acordo com auxiliar de cartório, Rafaela Carvalho, a média semanal é de oito casamentos. Com a pandemia, apenas os noivos, o juiz e um casal de padrinhos permanecem na sala para a cerimônia.

A celebrante, Adriana Marins, teve inúmeras cerimônias remarcadas; algumas para o fim do ano e outras para 2021. “Não está sendo fácil para os casais, alguns estão bem chateados mesmo porque estão há muito tempo planejando e vem esta parada repentina, que atropelou tudo. São prejuízos financeiros e emocionais, de ambos os lados criamos expectativas e nos frustramos. Sabemos que tudo isso vai passar mas não sabemos quando. Vários casais que estão em início de planejamento não pararam, mas diminuíram o ritmo, pelas mesmas razões”, descreve a celebrante.

Ela destaca que está trabalhando com os novos casais uma forma de entenderem que independe desta pandemia, o sonho não pode parar e agendar o casamento, além de contratar os profissionais específicos é muito importante. “Os casamentos jamais deixarão de acontecer, mas é preciso ter os pés na realidade, no sentido de que por um tempo talvez longo, eles não serão como sempre foram. Teremos menores quantidade de convidados e a qualidade das relações, no sentido de nós brasileiros, sermos bastante afetuosos, gostamos da aproximação física, dos beijos e dos abraços. Uma dificuldade e tanto nestes tempos sombrios. Alguns casais transferiram seus casamentos em razão de familiares mais idosos, que teriam dificuldade de aceitar esta falta de aproximação, além obviamente dos riscos da idade”, aponta.

A fotógrafa Micaelly Emídio também sofre com os adiamentos. “A agenda para cerimônias e ensaios estava cheia, e com a pandemia tivemos que adiar para o fim deste ano e para 2021. É um grande prejuízo, como autônoma, contava com a renda”, cita.

O SONHO ADIADO

Solange Rodrigues dos Santos e Jorge Alves de Souza Júnior, moradores de Volta Redonda, namoram há sete anos e a cerca de 1,2 ano iniciaram os preparativos para o casamento. Cerimônia, fotografia, personalizados, buffet, sitio, roupas, tudo pago.

De acordo com Solange, os preparativos estavam sendo bem tranquilos, pois contava com ajuda de uma cerimonialista. “Peguei a pandemia já no início, nosso casamento seria em 16 de maio e eu não tinha dimensão de tudo o que estaria para acontecer. Não sabia o que pensar, para quando remarcar. Fiquei sem saber o quer fazer, decidimos adiar por medo por ter padrinhos de fora, idosos”, relembra.

Do planejamento do sonho do grande dia, nasceu a dor de cabeça por conta das remarcações. “Está sendo ainda um caos para mim, tudo estava tudo certo, convites entregues, roupas alugadas, o casamento todo pago já, entramos em desespero. Por conta da demanda de reagendamentos, só consegui remarcar para junho de 2021. Tinha planejado uma cerimônia linda num sítio. Como o cartório não conseguiria me reembolsar pela data de reagendamento, nos casamos em junho desse ano e religioso só para daqui um ano”, comenta.

Por conta das remarcações, o casal teve alguns prejuízos financeiros, como o sítio alugado para a cerimônia. O local está em processo de venda e por isso os noivos terão que procurar outro local. “Apesar de um acordo, tivemos um certo prejuízo, convites já estavam sendo entregues e personalizados já haviam sido feitos. Nem sei se para o ano que vem terei tudo isso, tamanho foi o prejuízo. O pior de tudo é o sentimento que você tem de ver seu sonho sendo interrompido de forma brusca e fora do seu controle. Sonhamos com a cerimônia, a festa e teremos que esperar mais um ano para tudo isso acontecer é muito triste e frustrante”, cita.

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