Pai preso suspeito de estuprar filha é solto e garante inocência

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PORTO REAL

O A VOZ DA CIDADE conversou com exclusividade com um homem, de 49 anos, que foi solto recentemente após ter sido preso no ano passado suspeito de ter estuprado a filha de oito anos, no bairro Jardim das Acácias, em Porto Real. Ele afirmou que é inocente e que foi comprovado, após laudos médicos, que não teria como ele ter cometido o estupro de vulnerável. O pai relata as agressões que sofreu em presídios e conta que não consegue retomar a vida, nem ver sua filha. “Estou sendo ameaçado de morte, estou desempregado e não consigo ter moradia fixa”, afirma.  O fato não foi confirmado pelas autoridades, que ainda estão investigando o caso.

Nossa entrevista aconteceu em um bairro de Porto Real. O homem, ainda bem abalado, mostrou as marcas das agressões sofridas e demonstrou traumas psicológicos com toda a situação. Parentes e a própria esposa, de 39 anos, participaram da conversa e todos expressaram que vivem hoje a sombra do medo.

No dia 17 de outubro do ano passado, o homem foi preso pela suspeita do crime. Na ocasião, o delegado titular da 100ª Delegacia de Polícia (DP), Vlamir Santos, contou que um parente da criança esteve na unidade relatando o estupro, que teria ocorrido há cerca de um mês antes, e que acabou fazendo com que a menina pegasse uma doença venérea.  “Contamos com o auxílio de um psicólogo para conversar com a menina, mas a criança não dizia quem tinha feito mal a ela. Como ela estudava na mesma sala do meu enteado, a trouxe até a delegacia e comecei a conversar com ela até pegar confiança em mim. Foi assim, que ela nos disse que tinha sido seu pai”, contou Vlamir na ocasião ao A VOZ DA CIDADE, que pediu mandado de prisão temporária.

O pai da criança e a família dizem que não sabem o motivo da menina ter falado no depoimento que teria sido ele o autor do crime. “No dia em que aconteceu, eles estavam na casa deles e uma parente deles, por parte de mãe, chegou de carro e a pegou, sem explicar o motivo. Logo depois soubemos que ela estava em um hospital e o que tinha acontecido, e que a polícia desconfiava do pai”, relatou uma irmã do homem. “Nós já encontramos com a criança algumas vezes, agora não mais, desde que ele foi solto, mas ela conta que estava escuro e que ela não viu quem foi”, completou a irmã do homem.

O pai contou ao jornal que desde que foi apontado como suspeito, apanhou muito. “Não conseguia dormir nos presídios, pois falavam que se eu dormisse, nunca mais acordaria. Iria amanhecer com um lençol amarrado no pescoço. Apanhei demais e até hoje sinto dor e tenho as marcas das agressões”, relatou.

O homem, que disse que desde que voltou não viu mais a filha, disse que quer justiça. “Preciso continuar minha vida, mas não posso mais ficar em casa e nem trabalhar, pois estou sendo ameaçado de morte. Não consigo mais ver a minha filha e temo por ela”, assegurou o homem.

Ele esteve preso na Cadeia Pública Franz de Castro Holzwarth, a antiga Casa de Custódia de Volta Redonda, e também no Presídio Thiago Teles C. Domingues, em São Gonçalo, Rio de Janeiro, por conta do processo de n° 0001905-89.2018.8.19.0071.  No dia 31 de janeiro de 2019, foi expedido um Mandado de Cumprimento de Alvará de Soltura (n° 2/2019) assinado pela Juíza Priscila Dickie Oddo, pedindo diligência até o presídio do Rio, para que o suspeito fosse liberado.

Segundo o homem, foram realizados vários exames no período em que ficou preso, constatado que ele não tinha a mesma doença que a menina teria contraído durante o abuso.

O A VOZ DA CIDADE fez contato com o delegado Vlamir Santos, que disse que o caso já foi concluído, porém, ainda não pode falar sobre o assunto, cuja investigação foi encaminhada para o Ministério Público do Rio de Janeiro para as devidas providências. Também procurada, a Juíza Priscila Dickie informou, por meio de seus secretários, que não pode se manifestar sobre o caso, que corre em segredo de Justiça. Nenhum dos dois confirmaram a versão do pai.

IDENTIDADE

Para preservar a identidade da criança, o A VOZ DA CIDADE não citará neste conteúdo o nome do pai.

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