Operação no Sul Fluminense resulta em prisão de 88 pessoas e apreensão de mais de 30 Kg de drogas

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A operação denominada “Vou de táxi II” foi deflagrada na manhã de ontem pela Polícia Civil de Resende e pelo Grupo de Atuação especial de Combate ao Crime organizado (Gaeco). Chefiada pelo delegado titular da delegacia de Resende (89ª DP), Marcelo Nunes Ribeiro, a ação, que contou com a participação de centenas de agentes, aconteceu em seis cidades da região Sul Fluminense com a finalidade de combater o tráfico de drogas e desmantelar a quadrilha que agia em Resende, com ramificação nos outros municípios. No final da manhã de ontem, foi realizada uma coletiva de imprensa para um balanço da operação na sede da 5ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp), localizada no bairro Vila Mury, na Cidade do Aço.
Durante a entrevista, o delegado Marcelo Nunes informou que até o momento da coletiva, 88 mandados de prisão, dos 92 expedidos pela Justiça haviam sido cumpridos contra suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas. Além disso, foram cumpridos ainda 64 mandados de busca e apreensão nas cidades de Volta Redonda, Resende, Barra Mansa, Itatiaia, Quatis e Porto Real. o delegado informou ainda que, entre os presos estão dois policiais militares, sendo que um deles já cumpre pena por outro crime. O promotor do Gaeco, Fabiano Oliveira, informou que durante as investigações foi apurado que os dois PMs, ao encontrar um suspeito com um carro clonado, ao invés de levá-lo para a delegacia para os procedimentos normais, optaram por fazer extorsão. Conforme as investigações, ainda de acordo com o promotor, os policiais para não levarem o caso para a DP pediram inicialmente R$ 30 mil para o suspeito, mas esse valor acabou sendo reduzido para R$ 2 mil. Disse que, além de outros tipos de investigações, as escutas telefônicas autorizadas pela Justiça comprovaram o crime de extorsão praticado pelos PMs.

SEGUNDA FASE DA OPERAÇÃO
Coletiva de imprensa foi realizada na sede da 5ª Risp, em Volta Redonda – Foto: Fábio Guimas

O delegado Marcelo Nunes, que coordenou a ação, relatou na coletiva que foi a segunda fase da operação que investigou organizações criminosas relacionadas ao tráfico de entorpecentes. Disse também que os agentes apreenderam cerca de 30 quilos de drogas, entre maconha, cocaína e crack; além de material para endolação, munições de grosso calibre, armas e dinheiro – cerca de R$ 7 mil. todos os presos foram levados para a 89ª DP de Resende; entre elas 13 mulheres, grande parte delas estava amamentando, e em seguida serão distribuídas entre a Cadeia Pública de Volta redonda, no bairro Roma, e outras unidades prisionais do rio de Janeiro. Durante a coletiva na 5ª RISP, o delegado declarou que a primeira operação foi resultado das investigações iniciadas em setembro de 2015 e concluídas em outubro do ano seguinte. Já essa etapa começou em novembro de 2016 e agora a operação foi deflagrada. Lembrou que do total de mandados de busca e apreensão, até o fechamento desta edição, 30 foram cumpridos a suspeitos que já se encontravam presos. “essas pessoas são investigadas por suspeita de tráfico de drogas e associação ao tráfico. A maioria teria envolvimento com as facções criminosas e faziam o abastecimento de drogas de carros e coletivos pela Via Dutra, vindo do Rio, São Paulo e Minas Gerais”, relatou o delegado. Lembrou também o policial que, na primeira fase, o principal alvo das investigações foi o taxista Rondeneli Pereira Ferreira. Ele, ainda de acordo com o delegado, prestava serviço para os traficantes, em Resende, fazendo entrega de drogas. Disse que todas as vezes que um suspeito era preso na cidade o taxista era quem estava no transporte dos suspeitos. “Foi a partir daí que ele começou a ser investigado até ser preso por envolvimento com a quadrilha, cuja maioria dos envolvidos já está presa; incluindo dez menores apreendidos nessa fase, que serão responsabilizados na Vara da Infância e Juventude”, disse o delegado.

MANDADOS DE BUSCA E A PREENSÃO
Promotor lembrou que não há como garantir se vai ou não ter a terceira fase da operação – Foto: Fábio Guimas

Foi lembrado ainda na coletiva que, na operação da primeira fase 17 mandados de prisão preventiva e outros 31 de busca e apreensão foram expedidos pela segunda Vara Criminal de Resende. Na ocasião cerca de 15 mandados foram cumpridos e cinco menores apreendidos. Para o promotor do Gaeco, Fabiano Oliveira, as investigações não terminaram, pois mesmo tendo sido desmantelada, a quadrilha pode ser recomposta. Sendo assim, os trabalhos da polícia continuam. Por isso, lembrou que não há como garantir se vai ou não ter a terceira fase da operação. “Como lembrou o delegado Marcelo Nunes, com essas prisões o tráfico de drogas tende a reduzir não só em Resende como na região. Com essas prisões, outros crimes também podem reduzir como roubos e até os homicídios”, destacou. Os agentes lembraram que, diante do grande número de criminosos, foram apresentadas sete denúncias a 2ª Vara Criminal de Resende e uma perante a Auditoria Militar, cada qual contemplando um núcleo de criminosos específico. Conforme o inquérito da “Operação Vou De táxi II”, a associação criminosa agia com organização, nos moldes de uma empresa formal, apresentando tentáculos em diversos bairros de Resende, assim como em outras cidades da região, além do estado de São Paulo. Relatórios elaborados pela Polícia Civil demonstram que os denunciados estão envolvidos em diversos outros crimes, inclusive roubos armados a estabelecimentos de Resende. As escutas telefônicas autorizadas pela Justiça também foram primordiais para impedir um assalto à filial das lojas Marisa, no shopping Pátio Mix, em Resende. Na ocasião, segundo os agentes, o crime, que foi conduzido de dentro da prisão por um dos presos, seria executado por quatro homens, sendo que um deles era funcionário da loja. Os quatro foram flagrados por policiais no curso da ação criminosa.

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