Operação Cascas relembra memórias e acontecimentos históricos

0

Com o objetivo de trazer à tona memórias e os acontecimentos históricos que marcaram Barra Mansa, o Coletivo Teatral Sala Preta realiza a ‘Operação Cascas’.

Em sua 7º edição, a pesquisa dramatúrgica vem dos relatos que marcaram o espaço ocupado pelo Coletivo Sala Preta desde 2010, o Tulhas do Café, no Parque da Cidade – local que abrigou o antigo 1º Batalhão de Infantaria Blindada (BIB).

Criado na década de 1950 concomitantemente com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) com o intuito de controlar os trabalhadores, manter a ordem e zelar pelo patrimônio nacional, o 1º BIB passou por um esquecimento induzido durante os anos 1990 sendo transformado em centro de lazer dos habitantes da cidade. O resultado dessa pesquisa poderá ser visto em espetáculos que serão apresentados nos próximos dias 22 e 29, às 19 horas, no Tulhas do Café.

De acordo com o coordenador do projeto Rafael Crooz, uma parte do espaço deverá se tornar um centro de memória em favor às vítimas da ditadura militar assim como determina o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado entre a Prefeitura de Barra Mansa e o Ministério Público Federal de Volta Redonda. “O principal objetivo ao elaborar o projeto Operação Cascas é tocar numa memória que Barra Mansa foi impelida a esquecer, o terrorismo de Estado e as consequências em nosso território. São incontáveis os esforços de representantes do Estado, antes e durante o recente período de redemocratização do país, para o apagamento e o silenciamento de memórias ainda sensíveis nas cidades que sofreram forte repressão durante o período militar no Brasil, e Barra Mansa, é uma delas”, explicou.

Para uma das integrantes do projeto e atriz, Carla Marques, além de ser um ato de ocupação artística e resistência, Operação Cascas é um ato de protesto frente a um contexto político e social caótico e opressor e seus retrocessos nas conquistas de direitos de cidadania, memória e verdade. “Nossa atuação é defender que se preservem essas memórias ‘para que não se esqueça; para que não se repita!’ e, ao mesmo tempo que se possa contar por meio dessa história, a luta, o trabalho e as estéticas que vêm compondo cidades ao nosso redor, com os seus cotidianos”, declarou.

A Operação Cascas está integrada às ações do Núcleo À Margem e teve a orientação teórica da historiadora Alejandra Estevez. Aos novos processos metodológicos aplicados, formou-se o Laboratório Estético Prático, coordenado pela atriz Viviane Saar em parceria com a professora doutora em artes, Isabel Carneiro.

O Núcleo à Margem é um grupo de pesquisa e experimentações corporais e performáticas em arte política, teatro e dramaturgia que surgiu no curso Sala Preta 2015, com a montagem do espetáculo ‘A margem (que) te beira’, dirigido pelo ator Rafael Crooz. “Entre abril e dezembro deste ano, o Núcleo À Margem se propôs a debruçar-se sobre a memória, a história e os fatos relacionados à instituição e apagamento do 1º BIB. Nos dedicamos  às leituras de obras literárias, pesquisas e relatórios das Comissões da Verdade à medida que realizávamos experimentações cênicas, poéticas e fotográficas”, explicou o integrante do Núcleo À Margem, Albinno Oliveira Grecco.

INGRESSOS

A entrada para o espetáculo custa R$ 10 e os ingressos podem ser adquiridos através dos telefones: (24) 999594971 (Gabriela Alm) e (24) 99954-2803 (Jkely Soares); ou na loja Roots Boards, na Vila Santa Cecília, em Volta Redonda. Menores podem conferir apenas acompanhados pelos responsáveis.

Deixe um Comentário