BRASÍLIA
Em uma iniciativa sem precedentes, a Polícia Federal, junto com a Receita Federal e outras instituições, deflagrou na quinta-feira, 29, a Operação Carbono Oculto, com o objetivo de desbaratar um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, fraude fiscal e adulteração de combustíveis, estruturado pelo crime organizado conhecido como PCC (Primeiro Comando da Capital).
A força-tarefa mobilizou cerca de 1.400 agentes em diversas frentes, cumprindo aproximadamente 200 mandados de busca e apreensão contra 350 alvos em até dez estados.
Foram bloqueados cerca de R$ 1,2 bilhão em bens de 41 pessoas físicas e 251 empresas, além de sequestro de veículos, imóveis e embarcações, além de ações sobre diversos fundos de investimentos.
Estima-se que o PCC tenha movimentado mais de R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024 por meio de mais de mil postos de combustíveis em 10 estados, utilizando fintechs e pelo menos 40 fundos de investimento como fachada para lavar dinheiro.
A Receita Federal identificou a importação de mais de R$ 10 bilhões em combustíveis – como nafta, hidrocarbonetos e diesel – potencialmente usados na adulteração de gasolina, prejudicando moradores e consumidores.
Estima-se que o esquema tenha gerado créditos tributários constituídos de R$ 8,67 bilhões, devido à sonegação massiva.
Repercussão oficial
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que a operação representou um avanço significativo, capaz de atingir o “andar de cima do sistema”, fruto da colaboração entre instituições governamentais contra fraudes estruturadas.
A Operação Carbono Oculto, deflagrada em 28 de agosto de 2025, representa um marco na atuação das autoridades brasileiras contra o crime organizado. Com uma estratégia abarcando desde a economia formal até o mercado financeiro, a ação expôs o grau de penetração do PCC em setores estratégicos da economia — especialmente combustíveis e finanças.