RIO DE JANEIRO
Ao menos 11 crianças, com idades entre zero e 11 anos, foram baleadas na região metropolitana do Rio de Janeiro entre janeiro e julho deste ano, segundo dados do Instituto Fogo Cruzado. Entre as vítimas, duas morreram e nove ficaram feridas.
O caso mais recente ocorreu na noite de quinta-feira, dia 31, quando um menino de três anos morreu e sua mãe, de 37 anos, foi ferida na cabeça durante um ataque a tiros no Parque Fluminense, em Duque de Caxias. Segundo informações, o alvo seria o tio da criança, um policial militar reformado que estava com a família no momento da ação.
O número, embora alto, continua abaixo do recorde registrado em 2024, quando 26 crianças foram baleadas ao longo do ano – o maior da série histórica iniciada em 2016.
Levantamentos anteriores mostram variações: em 2017, por exemplo, foram 12 casos no mesmo período (cinco mortes); em 2020, o pico foi de 17 baleadas até 1º de agosto (seis mortes); e em 2023, 15 crianças atingidas (seis mortes).
Desde julho de 2016, o Fogo Cruzado registrou 728 crianças e adolescentes baleados na Grande Rio. Entre eles, 181 tinham até 11 anos. Das crianças baleadas, 47 morreram e 134 ficaram feridas. Os dados estão disponíveis na plataforma interativa “Futuro Exterminado”, lançada pelo Instituto em agosto de 2023, que permite visualizar casos por bairro, idade, data e resultado.
O Fogo Cruzado é um instituto independente que coleta, sistematiza e divulga dados sobre violência armada em tempo real por meio de um aplicativo colaborativo. É o único banco de dados aberto sobre tiroteios e vítimas de armas de fogo na América Latina, com atuação nas regiões metropolitanas do Rio, Recife, Salvador e Belém. A organização visa fortalecer a democracia e preservar vidas a partir do monitoramento da violência e da produção de informação qualificada.