SUÍÇA
Cerca de 100 mil crianças ficaram com suas casas destruídas ou danificadas na explosão em Beirute, no Líbano, informou o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.
Além disso, a explosão destruiu pelo menos 17 contêineres com material médico, incluindo centenas de milhar de equipamentos para a resposta da Covid-19. O Unicef e a Organização Mundial da Saúde, OMS, estão trabalhando para substituir esse equipamento.
Saúde
A unidade pediátrica do Hospital Karantina também foi totalmente danificada. Os estragos após o incidente afetaram 16 centros de saúde que atendem cerca de 160 mil pessoas.
Um armazém de vacinas apoiado pelo Unicef também foi destruído, mas todo o material foi retirado com segurança para outras câmaras frias.
Em nível de educação, mais de 120 escolas públicas e privadas sofreram danos. Esses centros de ensino atendem cerca de 55 mil crianças.
Nesse momento, o ar está coberto de poeira e há preocupações de que isso possa ser tóxico, especialmente para crianças.
Também houve um aumento significativo de infecções por Covid-19 nos últimos dois dias. Ontem, diai 6, houve um número recorde de infecções, 255.
De acordo com o Unicef, “as necessidades são imediatas e enormes”. Para a primeira fase, a agência está fazendo um apelo de US$ 8,25 milhões.
Direitos Humanos
Também hoje, dia 7, o Escritório de Direitos Humanos da ONU afirmou que “somente uma resposta internacional rápida e um envolvimento sustentado impedirão que muitas outras vidas sejam perdidas.”
Falando a jornalistas, em Genebra, o porta-voz da alta comissária, Rupert Colville, disse que “com grandes áreas da cidade impróprias para morar, o porto do país praticamente destruído e o sistema de saúde danificado, a situação é terrível”. O porta-voz afirmou que os pedidos das vítimas para encontrar os responsáveis pelo desastre devem ser ouvidos, através de uma investigação imparcial, independente, completa e transparente.
Segundo ele, “este trágico evento deve ser um ponto de virada para os líderes do país ultrapassarem impasses políticos e responderem às queixas da população”.
Refugiados
Já a Agência de Refugiados da ONU, Acnur, teme que existam refugiados entre as vítimas. Algumas das áreas afetadas incluem bairros com este grupo e a agência está tentando confirmar relatos de várias mortes. Os esforços nesse sentido estão focados em três áreas principais: abrigo, saúde e proteção.
Centenas de milhares de pessoas tiveram suas casas completamente ou parcialmente danificadas. Para responder às necessidades de abrigo, o Acnur está fornecendo materiais de construção e outros itens essenciais, como cobertores e colchões.
Os centros de recepção da agência em todo o país, inclusive em Beirute, estão abertos os casos mais críticos.
Insegurança alimentar
O Programa Mundial de Alimentos, PMA, está preocupado com o agravar da situação de segurança alimentar, que já era precária devido à crise financeira e à pandemia de Covid-19.
O país importa quase 85% dos alimentos que consome. Os danos no porto de Beirute, o maior do país, podem limitar a entrada de materiais e aumentar ainda mais os preços alimentares.
O PMA está distribuindo cinco mil pacotes de alimentos para as famílias afetadas. Cada pacote é suficiente para o consumo de uma família de cinco pessoas por um mês com itens básicos. Atualmente, um milhão de pessoas no Líbano vivem abaixo da linha da pobreza.
Segundo o porta-voz da OMS, Christian Lindmeier, o Líbano estava enfrentando várias crises ao mesmo tempo. Mais de 50% da população estava vulnerável.
Agora, a agência diz que cerca de 500 camas hospitalares foram perdidas após a explosão. Os hospitais que receberam feridos estão sobrecarregados e precisam de suprimentos médicos urgentes.
A OMS está pedindo US$ 15 milhões para cobrir as necessidades imediatas e garantir a continuidade da resposta do Covid-19 em todo o país.
* Silas Avila Jr – Editor Internacional