ONU coordena resposta humanitária para 245 milhões de pessoas em 74 países

Por Andre
onu

NOVA IORQUE
Em meio a uma crescente onda de crises globais, as Nações Unidas reforçaram seu compromisso com a paz, o desenvolvimento sustentável e o alívio do sofrimento humano. O aumento da pobreza e a intensificação da emergência climática são apenas alguns dos desafios atuais.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou esses esforços no Relatório Anual sobre o Trabalho da Organização, publicado antes da 79ª Assembleia Geral. Ele enalteceu a resiliência dos trabalhadores da ONU e seu empenho em levar esperança e ajuda, mesmo diante de adversidades.

Guterres expressou orgulho pelos funcionários da ONU que, segundo ele, estão “cumprindo seus mandatos em um mundo fragmentado e, por vezes, perigoso”. Em 2023, a ONU coordenou planos de resposta humanitária que atenderam 245 milhões de pessoas em 74 países, além de fornecer assistência e proteção a quase 160 milhões em necessidade urgente.

O relatório também menciona que a ONU arrecadou um recorde de US$ 22,7 bilhões em ajuda humanitária, beneficiando regiões como Afeganistão, Sudão, Iêmen e o Território Palestino Ocupado. A organização também prestou socorro a áreas afetadas por desastres naturais, como os terremotos na Síria e Turquia e as inundações na Líbia, Maláui e Moçambique.

No entanto, essas operações trouxeram um custo humano significativo. Em 2023, o número de mortes de funcionários da ONU e trabalhadores humanitários foi o maior já registrado, com a maioria das vítimas sendo membros da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (Unrwa), atuando na Faixa de Gaza.

Guterres prestou homenagem a esses trabalhadores e reafirmou o compromisso da ONU em apoiar os mais vulneráveis do mundo. A diplomacia para a paz continua sendo um pilar central do trabalho da organização. Nesse sentido, o secretário-geral propôs a Nova Agenda para a Paz, que defende uma ação multilateral para enfrentar ameaças globais.

Pela primeira vez em 34 anos, o Artigo 99 da Carta da ONU foi invocado, quando Guterres alertou o Conselho de Segurança sobre os conflitos entre Gaza e Israel, pedindo um cessar-fogo humanitário imediato e a libertação de reféns. A ONU tem buscado impedir uma escalada regional e promover a paz, visando alcançar uma solução de dois Estados, segundo o direito internacional e resoluções da ONU.

A ONU também facilitou negociações de paz e auxiliou na proteção de civis em todo o mundo, com destaque para o Sudão. Além disso, supervisionou a retirada de cerca de 13 mil funcionários da missão de paz no Mali (Minusma), em meio à deterioração da segurança no país.

O Fundo de Construção da Paz destinou mais de US$ 200 milhões para apoiar planos de paz nacionais em 36 países, com foco na igualdade de gênero. Parcerias com entidades como a União Africana fortaleceram ainda mais a prevenção de conflitos.

Metas Globais da Agenda 2030

Em 2023, a Cúpula dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) reuniu mais de 6 mil participantes, renovando o compromisso com esses objetivos, dos quais apenas 15% estão no caminho certo para serem cumpridos até 2030. Muitos países em desenvolvimento enfrentam dificuldades em garantir recursos para alcançar um futuro sustentável.

Iniciativas ambientais importantes foram realizadas, como a Agenda de Ação para a Água e o acordo histórico sobre a poluição plástica. A defesa da ONU por ações climáticas globais também foi destaque, com pedidos de transição dos combustíveis fósseis, a operacionalização do fundo de perdas e danos e o fim do desmatamento até 2030.

Os direitos humanos continuaram no centro das atividades da ONU. Em 2023, foram implementadas iniciativas para eliminar a violência de gênero, empoderar mulheres rurais e garantir sua participação nos processos constitucionais.

O secretário-geral expressou preocupação com a erosão dos princípios multilaterais, ressaltando a impunidade de atores em conflitos que atacam civis, hospitais, ajuda humanitária e escolas.

Em preparação para a Cúpula do Futuro, a ONU publicou relatórios sobre questões como paz, segurança e governança da inteligência artificial, buscando fortalecer os valores da Carta da ONU e enfrentar desafios globais, como a desinformação.

*- Silas Avila Jr – Correspondente internacional

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