OMS preocupada com fardo da Covid-19 sobre mulheres, crianças e adolescentes

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GENEBRA

A Organização Mundial da Saúde, OMS, manifestou preocupação com a situação de mulheres, crianças e adolescentes lidando com as pesadas consequências de saúde e socioeconômicas da Covid-19.

Numa entrevista a jornalistas, em Genebra, Suíça, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, fez um alerta sobre o risco de muitas mulheres morrerem de parto em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

De acordo com Tedros a Covid-19 sobrecarregou os sistemas de saúde, em muitos lugares, aumentando os riscos de complicações na gravidez e no parto para mães e bebês.

Ele citou os casos de reabertura parcial das economias ao falar do retorno às atividades na Suíça, sede da agência. Mas lembrou que apesar da queda de novas contaminações na Europa, a pandemia segue acelerando em países de rendas baixa e média, em outras partes do mundo.

Para ele, os efeitos indiretos do vírus sobre mulheres, crianças e adolescentes superam o número de mortes pela doença. Até a tarde de sexta-feira, a Covid-19 havia causado mais de 418,2 mil pessoas e infectado mais de 7,4 milhões de pessoas.

Homens

Uma outra preocupação é o crescente aumento de casos de violência doméstica. Uma das participantes, a chefe do Fundo das Nações Unidas para a População, Natalia Kanem, falou sobre o papel dos homens.

Kanem afirmou que os homens desempenham um papel central para acabar com a violência de gênero de uma vez por todas. Com as restrições de movimento e medidas de isolamento social, muitas mulheres estão trancadas dentro de casa com seus agressores.

A OMS citou ainda os riscos de saúde mental para adolescentes e jovens durante a Covid-19. Nesta faixa etária, eles estão mais propensos à depressão, ansiedade, assédio moral pela internet, e violência física e sexual. As adolescentes também correm risco de gravidezes indesejadas e impedimentos no acesso aos serviços de saúde.

Saúde mental

O fechamento de escolas e universidades complicou a situação, uma vez que, em muitos países, mais de um terço dos adolescentes com problemas de saúde mental recebem assistência na escola.

Com suas atividades limitadas, muitos adolescentes estão fazendo uso de tabaco e álcool. A insegurança alimentar é outro fardo da Covid-19 para milhões de crianças no mundo que têm na escola sua única fonte de refeição.

Amamentação

O diretor-geral da OMS respondeu ainda a perguntas sobre os riscos de amamentação durante a pandemia informando que os estudos provam que os benefícios do leite materno superam potenciais riscos de transmissão, que segundo a agência são baixos.

Num guia, a OMS recomenda que as mães utilizem a máscara durante a amamentação caso tenham a doença. A separação do bebê só deve ocorrer se a mãe se sentir muito mal. Para Tedros é responsabilidade de todos de assegurar os serviços de saúde para quem precisa deles. Participaram do encontro com os jornalistas, a presidente da União Inter-Parlamentar, Gabriela Cuevas, a enviada especial do secretário-geral da ONU, para a Juventude, Jayathma Wickramanayake, a diretora-executiva da organização Merck for Mothers, Mary-Ann Etiebet.

* Silas Avila Jr – Editor Internacional

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