OMS diz que mundo tem déficit de 5,9 milhões de enfermeiros

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NOVA IORQUE

O mundo tem um déficit de 5,9 milhões de enfermeiros, com as maiores lacunas nos países da África, sudeste da Ásia, na região leste do Mediterrâneo e em algumas partes da América Latina.

Esta é uma das grandes conclusões de um relatório publicado na segunda-feira, dia 6, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com o Conselho Internacional de Enfermeiros e a Enfermagem Agora.

O déficit 

Também existem grandes diferenças entre as regiões. Nas Américas, por exemplo, mais de oito em cada 10 enfermeiros trabalham em apenas três países, Estados Unidos, Canadá e Brasil, que representam 57% da população.

Além disso, mais de 80% dos enfermeiros do mundo trabalham em países que abrigam apenas metade da população mundial. Um em cada oito enfermeiros trabalha em um país diferente daquele em que nasceu ou recebeu sua formação.

O envelhecimento é outro problema que ameaça a força de trabalho. Segundo a pesquisa, um em cada seis enfermeiros deverá se aposentar nos próximos 10 anos.

No momento, existem menos de 28 milhões de enfermeiros em todo o mundo. Entre 2013 e 2018, o número aumentou 4,7 milhões. Estes profissionais representam mais da metade de todos os profissionais de saúde.

Importância dos enfermeiros

Em nota, o diretor geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que “os enfermeiros são a espinha dorsal de qualquer sistema de saúde” e que, hoje, “muitos encontram-se na linha de frente na batalha contra a Covid-19.”

Para o chefe da OMS, o relatório “é um lembrete do papel único que estes profissionais desempenham e um alerta para garantir que eles obtenham o apoio necessário para manter o mundo saudável.”

Para evitar a escassez global, os países com escassez precisam aumentar, em média, o número total de enfermeiros formados por ano em 8%. Também precisa melhorar a capacidade de empregar e manter o sistema de saúde. A pesquisa estima que esse investimento teria um custo anual de, aproximadamente, US$ 10 per capita.

Investimento

A presidente do Conselho Internacional de Enfermeiros, Annette Kennedy, disse que apenas agora, com a pandemia do novo coronavírus, muitos políticos “reconhecem o verdadeiro valor de educar e manter uma força de trabalho profissional de enfermagem.”

Segundo ela, “cada centavo investido em enfermagem eleva o bem-estar de pessoas e famílias de maneiras tangíveis e claras para todos.” Para Kennedy, a pesquisa “confirma que o investimento na profissão é um benefício para a sociedade, não um custo.”

Cerca de 90% de todos os enfermeiros são mulheres, mas poucas assumem cargos de liderança no setor. A maior parte desses cargos é ocupada por homens.

Para o presidente da Enefermagem Agora, Nigel Crisp, o relatório mostra a necessidade de fortalecer a liderança dos enfermeiros. Para ele, uma nova onda de investimento “deve começar com um diálogo amplo e intersetorial”, com os enfermeiros no centro dessa discussão.

* Silas Avila Jr – Editor Internacional

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