Em meio a telas brilhantes e timelines intermináveis, muitos jovens se veem esmagados por uma avalanche de expectativas irreais. A mídia, em suas diferentes formas, dita padrões de beleza, sucesso e felicidade que parecem inalcançáveis. A cada “curtida” que não vem, a cada comparação silenciosa, nasce um peso que muitas vezes sufoca.
O que parece apenas uma foto perfeita pode esconder lágrimas. O que parece um sorriso espontâneo pode estar mascarando o desespero. Muitos jovens, pressionados por uma sociedade que cobra perfeição, vivem um grito de socorro abafado , um pedido de ajuda que, na maioria das vezes, não é ouvido.
É nesse contexto que o Setembro Amarelo se torna um chamado à consciência. Não é apenas sobre prevenção ao suicídio, mas sobre enxergar além das aparências, abrir espaço para conversas verdadeiras e oferecer um ombro seguro para aqueles que sentem o peso de não serem “suficientes”.
É justamente para dar visibilidade a esse sofrimento que existe o Setembro Amarelo, campanha mundial de conscientização sobre a prevenção do suicídio. No Brasil, o movimento foi criado em 2015, como um alerta e também como um convite à escuta, ao diálogo e ao acolhimento. A cor amarela simboliza a vida, a esperança e a luz que cada pessoa carrega dentro de si, mesmo quando acredita que tudo está perdido.
Olhar para os jovens com atenção, cuidado e empatia é essencial. Eles não precisam de mais cobranças ou julgamentos, mas de apoio genuíno, de espaços de escuta e de relações que mostrem que não estão sozinhos.
Cada jovem precisa saber: você não é a quantidade de seguidores que tem, nem a perfeição das fotos que posta. Você é vida, é história, é possibilidade. Seu valor não cabe em métricas digitais.
O Setembro Amarelo nos convida a escutar os silêncios, acolher os gritos disfarçados e lembrar que pedir ajuda é um ato de coragem. Porque a vida sempre vale mais que qualquer padrão imposto.
Vamos juntos?
Marcele Campos
Psicóloga Especialista em Neuropsicologia (Avaliação e Reabilitação) e Análise do Comportamento Aplicada ao Autismo, Atrasos de Desenvolvimento Intelectual e Linguagem. Trabalha há mais de 28 anos com crianças e adolescentes. Proprietária da Clínica Neurodesenvolver.