O espetáculo musical “Maria! 100 anos!” será encenado nesta quarta-feira, em Penedo

0

ITATIAIA

O espetáculo “Maria!” estrelado pelo ator Cláudio Mendes terá uma edição muito especial nesta quarta-feira, dia 17, em Penedo. A apresentação acontece às 20 horas, no Jazz Village Bistrô, e marca os cem anos de nascimento do cronista e compositor, Antonio Maria, autor de clássicos pré-bossa nova como “Valsa de Uma Cidade”, “Manhã de Carnaval” e “Ninguém me ama”. “Maria”, cuja montagem foi viabilizada via Governos Federal e do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Aldir Blanc é um comprovado sucesso de público e crítica. O show acontece sempre às 20 horas, no Jazz Village Bistrô, localizado na Rua Toivo Suni, 33. Reservas: WhatsApp (24) 99832-6782. Vale lembrar que a apresentação acontece de acordo com as medidas de segurança ao coronavírus (Covid-19).

Nesta noite, mais que especial Cláudio Mendes/Antonio Maria terá a visita especialíssima de Vinícius de Moraes, na pele do ator André Whately. O encontro improvável desses dois ícones da música brasileira, em carne e osso, além de encantar a plateia, tende a escrever uma página digna dos principais palcos do país. O espetáculo em Penedo respeita as determinações do protocolo sanitário em razão da pandemia.

Depois de quatro temporadas de muito sucesso, o espetáculo “Maria” que já rendeu a Cláudio Mendes duas indicações de melhor ator para os prêmios Cesgranrio e Botequim Cultural, está de volta aos palcos pelo centenário do cronista. Além do espetáculo do dia 17, no Jazz Village Bistrô, haverá na quarta-feira, dia 18, no mesmo local, uma oficina gratuita com o ator Cláudio Mendes falando de sua pesquisa e sobre a trajetória de Antônio Maria.

A temporada continua também no Teatro Petra Gold, no Rio. Falando em premiações, o iluminador da peça, Paulo César Medeiros também foi indicado ao Prêmio Cesgranrio.

O monólogo encenado por Cláudio Mendes marca os cem anos de nascimento do cronista e compositor, Antonio Maria-Divulgação

O MONÓLOGO

A peça é uma organização das crônicas e canções de Antônio Maria. Claudio Mendes costura o texto e as músicas construindo um enredo que revela numa autobiografia cênica, um largo espectro da vida e da obra do poeta. A parte musical conta com o apoio de luxo da violoncelista Maria Clara Valle. O tempo cronológico do espetáculo é o de um dia na vida de Maria, o dia de seu aniversário, mas suas lembranças é que dão o tom biográfico que cria o enredo da peça. “Maria!”, resgata o poeta e o traz de volta à luz no ano da comemoração do seu centenário.

O espetáculo começa com o artista voltando para casa, um apartamento de quarto e sala em Copacabana, com o dia amanhecendo, vindo de mais uma noitada boêmia. Faz uma ode ao Rio de Janeiro, cidade que escolheu para viver e também critica seu abandono. Antes de dormir fala sobre cansaço, velhice e sua vida irrequieta. Adormece, enfim, e ao acordar entre as várias tarefas que tem para cumprir, escrevendo crônicas para a rádio e para o jornal, conversa sobre feiura, velhice, solidão, amor, trabalho, dívidas, insatisfações.

Sem conseguir escrever uma linha, nem sobre si mesmo, ele abre o seu diário e relembra o Carnaval de sua infância no Recife, sua chegada ao Rio de Janeiro, na Lapa dos anos 40, cheio de deslumbramentos. Ao anoitecer ele sai de casa, vai cair no Sacha’s, como sempre, e lá encontra seus amigos: Vinícius de Moraes, Di Cavalcanti, Maysa e lamenta a perda de sua amiga querida, Dolores Duran, de quem se recorda com muita saudade. Dia amanhecendo, nosso cronista volta para casa pela orla, onde o “colar de pérolas” ainda aceso vai se apagando com a luz da manhã. Ele fala sobre Copacabana, bairro onde morou boa parte de sua vida e onde morreu. Chegando em casa ele só quer o merecido descanso, o sossego. É apenas mais uma noite de sono, mas podemos imaginar que possa ser a última. O Menino Grande deixa-nos um último samba, melancólico, mas cheio de humor, como era o próprio Antônio Maria.

 

Deixe um Comentário