Novo SUV 2008 tem produção em série iniciada em Porto Real

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PORTO REAL

Um investimento direto de R$ 30 milhões no Polo Industrial de Porto Real, mais de dois anos para ser desenvolvido e cerca de 60 mil horas de trabalho.  Com esses números, o Polo Industrial de Porto Real do Groupe PSA iniciou nesta quarta-feira a produção em série do novo SUV Peugeot 2008. Um ano depois de ter anunciado o lançamento do Citroën C4 Cactus, também produzido no município, a empresa está cumprindo sua meta de lançar 16 produtos na América Latina até 2021. Esse já é o 12º. O novo 2008 vem com um design com uma frente alta e imponente, alinhado aos outros SUVs da marca. O carro será lançado comercialmente daqui a três semanas.

Durante apresentação para imprensa hoje  na fábrica de Porto Real, estiveram presentes alguns executivos da empresa, como o vice-presidente sênior de Operações Monozukuri na América Latina, Jean Mouro, o diretor do Polo Industrial de Porto Real, Eduardo Chaves, e o vice-presidente de Comunicação, Relações Externas e Digital da América Latina, Fabrício Biondo.

Jean Mouro durante apresentação do novo carro – Fábio Guimas

O diretor de estilo da América Latina, Daniel Nozaki, informou sobre as mudanças no design do novo carro.  Nozaki apontou que o design do 2008 é marcante, tem uma experiência única de condução e uma alta performance. Lembrou que o primeiro 2008 foi lançado em 2015, com diversas inovações e, desde então, a cada mudança outras inovações são apresentadas. “Temos o código do novo DNA da marca Peugeot. Dentre os três pilares, design, experiência de direção e performance, cito a experiência única da direção que é o Peugeot ICockpit, uma direção mais esportiva, um pouco inspirada nos universos dos caças, por exemplo”, mencionou, destacando também o conceito ainda exclusivo da marca: o teto panorâmico, que pega quase a totalidade do carro.

Sobre o novo design, Jean Mouro apontou que o 2008 aproveita bem todo o desempenho da planta de Porto Real que hoje está no pódio das usinas do Groupe PSA a nível mundial. “Um investimento de R$ 30 milhões, que se agregou aos R$ 580 milhões já feitos para produção do C4 Cactus. Porto Real tem recebido grande atenção do Groupe PSA e continua mudando e se atualizando para receber novos modelos. Entregaremos assim um veículo com um alto nível de qualidade, que certamente dará com que nossos clientes fiquem ainda mais satisfeitos”, destacou Jean.

Carro demorou mais de dois anos para ser desenvolvido – Fábio Guimas

 RESULTADOS APONTADOS

Fabrício Biondo apresentou os resultados históricos do ano passado, onde as vendas mundiais cresceram 6,8% – 3,9 milhões de veículos vendidos; um faturamento de 74 bilhões de euros, crescimento de 18,9%. Na América Latina 2018 foi o ano da retomada ao crescimento rentável e sustentável. Apesar das vendas do novo C4 Cactus ter significado um aumento em 50% na Citroën, a crise na Argentina prejudicou que os resultados previstos fossem alcançados.

Questionado sobre se a fábrica de Porto Real pode aumentar o número de funcionários, atualmente 1,5 mil, Fabrício Biondo apontou que tudo depende do que vai acontecer no país, mas que a cidade está no mapa de novos investimentos do grupo. Citou ainda que todos os produtos que existem em Porto Real – Peugeot 208, 2008, Citroën C3,  AirCross e C4 Cactus – podem passar por substituição.

O vice-presidente de Comunicação, Relações Externas e Digital da América Latina ainda respondeu sobre os números que não foram atingidos no ano passado, lembrando da crise na Argentina, até mesmo porque a planta de Porto Real depende 50% do mercado argentino, pois exporta os veículos. Uma das alternativas para maior crescimento foi o anúncio de que o Cactus será exportado para a África a partir do mês que vem, para compensar um pouco as perdas. “Os números têm melhorado ano a ano, por isso o trabalho de competitividade dentro da empresa é primordial, mas é preciso além”, apontou Biondo, tendo sua fala rechaçada por Jean Mouro. Segundo ele, a competitividade é uma questão chave, pois é preciso que o Brasil se torne um país automotivo competitivo.

E como isso pode ser feito? Atualmente produzir carro no Brasil é mais caro do que no México, em torno de 50%. “É preciso medidas práticas, encargos tributários, redução de encargos na folha salarial, simplificação de tributos, simplificação logística. Ações para os governos federal, estadual e municipal, além de fornecedores, empresas logísticas porque as indústrias automotivas já fizeram o que precisava ser feito. Estamos na porta esperando os resultados e, por isso, é preciso que todos se tornem competitivos. Talvez Porto Real seja uma das plantas mais competitivas do grupo num país que não é competitivo”, apontou Biondo.

LABORATÓRIO DE REALIDADE VIRTUAL

Laboratório é um setor inovador da planta de Porto Real – Fábio Guimas

O Polo Industrial de Porto Real tem agora um laboratório de realidade virtual. Nele, é possível os engenheiros verificarem possíveis erros de carros, uma inovação em todas as fábricas do grupo. Segundo Eduardo Chaves, todos estão ainda aprendendo a lidar com a nova tecnologia, que tem se mostrado muito eficiente. Com ela, será possível verificar a concepção do veículo dentro da planta de Porto Real, checando todas as fases de produção do carro virtualmente e corrigindo possíveis problemas. “Tem equipes que cuidam de partes do carro na China, França e aqui, então estamos ganhando tempo em resolver os problemas sem mandar ninguém para fora do país e com isso agilidade”, argumentou o diretor da fábrica.

O laboratório foi feito por 27 engenheiros da fábrica de Porto Real. Magnun de Jesus é um deles. Contou que desde o sonho até a criação foram seis meses de muito trabalho. Atualmente quatro veículos são verificados no laboratório de realidade virtual, peça por peça.

Chaves citou ainda o Exoesqueleto, um equipamento que vai reduzir para os funcionários o impacto de esforços repetitivos em até oito quilos. Ainda em testes na fábrica.

 

5 Comentários

  1. Em meio a tudo isso a PSA reduziu em 25% o salário de uma parcela dos funcionários da fábrica não terceirizados, alegando crise, fazem toda essa encenação para parecer bem na mídia enquanto seus funcionários em sua maioria da produção, estão tendo que cortar custos para sobreviver, vencimentos chegam a míseros R$900,00 no mês.

    • Pois é , o culpado disso tudo é o nosso sindicato , que sempre joga do lado das empresas, por isso a mão de obra nas indústrias de Resende é barata, se saimos na rua de uniforme , os comerciantes acham que nós temos dinheiro , mal sabe eles q recebemos igual ou menor que eles!

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