RESENDE
A nova montagem do espetáculo “Vinicius de Moraes é Demais! Parte 2” estreou em Resende com um propósito social bem definido: levar a poesia, a música e o legado do “poetinha” às escolas públicas situadas em bairros periféricos e zonas rurais do município. Inspirada no espetáculo original, que já encanta plateias na região há mais de 30 anos, a nova versão aposta em um formato itinerante, acessível e com elenco reformulado.
O projeto foi contemplado no edital 03/24 da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), por meio da Fundação Casa da Cultura Macedo Miranda, atual Secretaria Municipal de Cultura. O objetivo é alcançar comunidades escolares historicamente afastadas dos grandes circuitos culturais, especialmente nas redes públicas municipal e estadual.
Em parceria com a Secretaria de Educação de Resende e com o projeto Criarte, liderado pelo músico Rafael Procaci, duas escolas municipais foram selecionadas para as primeiras apresentações: na Escola Municipal Oswaldo Rodrigues, no bairro São Caetano e a outra na Escola Estadual Antônio Quirino, no distrito de Visconde de Mauá.

Nova montagem tem elenco renovado e promove inclusão cultural com Libras – Divulgação
A próxima apresentação está marcada para o próximo dia 30, na Escola Municipal Surubi, no bairro Surubi.
A nova edição tem direção e atuação de André Whately e reúne artistas como o cantor e guitarrista Chuck Bones, a cantora e violinista Camila Gabriela e o coral ArtEmoção, sob regência de Alile Cuoco, com oito integrantes. A inclusão também está presente por meio da participação dos intérpretes de Libras Isaias Santos e Fernanda Muniz, garantindo o acesso de pessoas com deficiência auditiva ao conteúdo apresentado.
De acordo com Whately, a obra de Vinicius de Moraes permanece atual e relevante, sobretudo pelos temas que aborda. “Em sua vasta produção — escrita e musical — Vinicius tratou de questões como preconceito, violência contra a mulher, desigualdade social e de gênero, além da discriminação religiosa e racial. Ele se autointitulava ‘o branco mais preto do Brasil’ como forma de expressar sua profunda identificação com a cultura negra”, destacou.
Ainda segundo o diretor, a proposta da nova montagem é justamente ampliar o alcance dessa mensagem por meio de uma linguagem mais acessível e sensível às realidades locais. “Ao propor esse novo formato, mais leve, acessível e itinerante, a montagem pretende manter viva a obra de Vinicius de Moraes entre públicos historicamente excluídos do circuito cultural principal, promovendo inclusão, valorização da cultura e reflexão crítica”, informou.
Whately também contou que, após as apresentações, são realizadas oficinas e bate-papos com os estudantes. “Além das apresentações gratuitas para as escolas públicas, também estamos oferecendo, como contrapartida, um bate-papo/oficina com os alunos, professores e a equipe pedagógica. Nessas conversas, abordamos diversos temas relacionados à obra de Vinicius de Moraes, à montagem do espetáculo, ao trabalho do grupo, ao Coral e a outras curiosidades”, complementou.



