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Nova lei para laqueadura influenciou no aumento de cirurgias no Hospital da Mulher

Por Carol Macedo

BARRA MANSA

Em vigor desde março, do ano passado, a Lei nº 14.443/2022, já vem refletindo no aumento da procura por cirurgias de laqueadura no Hospital Maternidade Theresa Sacchi de Moura, mais conhecido como Hospital da Mulher, em Barra Mansa. Com a nova medida, mulheres com 21 anos, que tenham ou não filhos, podem optar pelo procedimento, assim como as que têm apenas 18 anos e estão indo para a segunda gestação. Diferente do que acontecia no passado, com base nessa lei as mulheres também já podem fazer a laqueadura após o parto, não sendo necessário o retorno após três meses para o procedimento.

Conforme explica a assistente social, do Hospital da Mulher, Maria Augusta Lins, a única medida antiga, que continua valendo, é a obrigatoriedade do planejamento familiar, que deve ser feito junto à enfermeira do Programa de Saúde da Família de cada paciente. O processo deve ter, no mínimo, 60 dias antes da data prevista para a cirurgia. Em média, o hospital tem realizado oito cirurgias de mulheres não grávidas, por semana, o que totaliza 32 cirurgias. Uma equipe de profissionais foi contratada, pela Secretaria de Saúde, segundo a assistente social, somente para dar prioridade a esse público.

“A procura por laqueadura aumentou consideravelmente e com a nova lei já realizamos mais cirurgias do que há uns dez anos. Antes, elas tinham que voltar após três meses para o procedimento e, com isso, de cada 100 que ganhavam bebê apenas uma retornava, pois como iam deixar um bebê de três meses em casa para fazer outro procedimento e ficar mais 40 dias de repouso. A lei foi uma grande vitória e agora elas já saem operadas após o parto. As que dão a luz por meio do parto normal fazem a laqueadura pelo umbigo, sem precisar do corte na barriga”, explicou Maria Augusta.

Pacientes de todas as idades

Segundo a assistente social, desde que a lei entrou em vigor, mulheres de todas as idades buscam informações e optam pelo procedimento de laqueadura. Ela recorda que já foram atendidas mulheres entre 23 a 40 anos, ou mais, com filhos, mas que também a equipe já operou, desde o ano passado, oito mulheres com idades entre 21 e 26 e que decidiram pela cirurgia mesmo não tendo nenhum filho.  “Nas palestras que fazemos para essas mulheres explicamos que a lei trouxe melhorias e garantiu mais autonomia para o público feminino, mas também tiramos dúvidas sobre o procedimento”, acrescentou a assistente.

A laqueadura consiste em uma cirurgia de esterilização, feito em pessoas com o aparelho reprodutor feminino. Ela interrompe o caminho entre o ovário e o útero com o corte das trompas, impedindo o contato do óvulo com o espermatozoide. A internação é de 24 horas e, após 14 dias as pacientes voltam para fazer a revisão e retirar os pontos. Além da faixa etária, outra mudança incluída na lei de laqueadura é a não exigência do consentimento por parte do cônjuge ou parceiro.

Oportunidade esperada há anos

A recepcionista Cleide Fernandes, de 39 anos, é mãe de quatro meninas – com idades de 22, 15,12 e 9 anos- e está grávida de um menino. Ela faz parte das mulheres que, mesmo com o desejo de fazer a laqueadura, não retornavam após o parto para o procedimento. Agora, com a nova lei, ela buscou pelo planejamento familiar e, junto a cesárea, também fará a laqueadura para então, conforme brincou: “fechar a fábrica”.

“Essa alteração na lei, com certeza, está beneficiando muitas mulheres que, assim como eu, não têm condições de pagar para fazer a cirurgia junto com o parto, na rede particular. No SUS sempre foi feita após três meses e sempre era difícil por conta das crianças. Estou aliviada que mudou e que, assim que tiver meu menino, vou conseguir operar”, ressaltou.

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