Nova fase da Operação Lava Jato apreende mais de R$ 1.5 milhão em Valença

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Um homem, morador de Valença e o empresário Mário Peixoto, presos ontem na nova fase da Operação ‘Lava Jato’, foram alguns dos alvos da nova fase operação realizada pela Polícia Federal (PF), em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF). Denominada Favorito, a ação é um desdobramento das Operações Quinto de Ouro e Cadeia Velha que investiga grupo capitaneado por empresários que, por meio do pagamento de vantagens indevidas a Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), deputados estaduais e outros agentes públicos, vem há pelo menos dez anos se destacando como um dos principais fornecedores de mão de obra terceirizada para o governo do Estado do Rio de Janeiro e órgãos a ele vinculados.

Durante a ação, os agentes estiveram na residência de um dos envolvidos onde apreenderam R$ 1.589.000,00 em dinheiro. O mandato na residência era de busca e apreensão mas suspeito, também empresário, que não teve nome divulgado, acabou sendo preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, com flagrante feito pela Polícia Civil. Ele era o alvo em comum das operações, ou seja, já era alvo de mandado de prisão na Operação deflagrada pelo MP/RJ.

MÁRIO PEIXOTO FOI PRESO EM ANGRA

Já o empresário Mário Peixoto, outro alvo da nova fase da ação foi preso pela manhã, em Angra dos Reis. O ex-deputado Paulo Melo, que já tinha sido preso em outra fase da força-tarefa, e estava em liberdade por decisão da Justiça durante o período de coronavírus, também foi alvo dessa fase da operação. Mario Peixoto é proprietário de empresas que celebraram diversos contratos com os Governos Estadual, desde a gestão de Sérgio Cabral, e Federal. Vale lembrar que Peixoto foi delatado por Jonas Lopes Neto, filho do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Jonas Lopes. Segundo Neto, Peixoto pagou uma mesada de R$ 200 mil para o TCE de 2012 a 2013.

Segundo as investigações, a organização social recebeu, desde 2012, um montante superior a R$ 763 milhões do Fundo Estadual de Saúde do Rio de Janeiro para a gestão das unidades. O ex-presidente da Organização Social (OS), Mário Peixoto, é apontado como o chefe da organização, e contou com a ajuda de dois subordinados e dos responsáveis pela empresa fornecedora de alimentação às unidades de saúde e de outra empresa, fornecedora de insumos hospitalares, para articular o esquema criminoso. Em Angra dos Reis, onde Mário Peixoto foi preso, os agentes encontraram R$ 21 mil apreendidos em um imóvel no Rio.

CONDENADO POR CORRUPÇÃO PASSIVA

É importante ressaltar que, em março do ano passado, o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Paulo Melo, que também foi preso ontem, foi condenado por corrupção passiva e organização criminosa. Ele ficou preso até março deste ano, quando deixou a cadeia primeiro por ser beneficiado no regime semiaberto e depois por decisão da Justiça em libertar durante o período da pandemia alguns presos. Segundo a denúncia, os valores foram repassados a uma OS pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio (SES-RJ), para a administração de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). O desvio dos recursos se deu através de pagamentos superfaturados a uma empresa responsável pelo fornecimento de alimentação às unidades de saúde.

Cerca de 120 policiais federais, com o apoio de Auditores Fiscais da Receita Federal, participaram da ação que visou o cumprimento de 42 mandados de busca e apreensão e 5 mandados de prisão preventiva  no Rio de Janeiro (capital), São João de Meriti, Duque de Caxias, Angra dos reis, Valença, Ipixuna do Pará (PA) e Uberaba(MG).

A Operação ‘Favorito’ apreendeu ao todo R$ 2.023.900 milhões. Os presos foram ouvidos e encaminhados o Presídio José Frederico Marques, em Benfica.

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