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Noel de Carvalho protocola projeto de lei para inclusão de mulheres e negros nas diretorias dos clubes de futebol

Por Carol Macedo

ESTADO

Clubes de futebol do Estado do Rio de Janeiro podem ser obrigados a ter negros e mulheres em seus quadros de dirigentes e no corpo técnico. Isso é o que prevê o projeto de lei protocolado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) pelo deputado Noel de Carvalho (PSDB). O percentual deve ser, segundo o projeto, de, no mínimo, 30% do total de seus membros. O projeto de lei engloba os times das séries A, como Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Botafogo e Bangu; A2, B1 e B2 da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj).

O deputado chama o projeto de Lei Bangu, em homenagem ao Bangu Atlético Clube pelo seu pioneirismo no combate ao racismo no futebol brasileiro, esporte exclusivo da elite branca no início do século 20. Em 1905, o time tinha jogadores negros, o que gerou protestos racistas a ponto da Liga Metropolitana de Futebol do Rio de Janeiro decidir, por unanimidade, que os clubes não poderiam mais registrar atletas “de cor”.

Isso fez com que o clube fosse obrigado a ficar de fora do campeonato de 1907. Cinco anos depois, Bangu retornou às disputas com mais um jogador negro. Nessa época, “entrou em campo” um dos nomes mais importantes nessa luta do clube: o primeiro presidente brasileiro do time Noel de Carvalho, avô do deputado, que lutou muito pela inclusão dos negros no futebol brasileiro.

Se o projeto for aprovado e sancionado pelo governador Cláudio Castro, pode haver multa de R$ 50 mil caso o teor não seja cumprido. E, havendo reincidência, será cobrado um valor dez vezes maior que o estipulado. A quantia arrecadada com as penalidades deverá ser revertida para o Fundo Estadual de Fomento ao Esporte (Fefe). Se houver vagas remanescentes, essas podem ser preenchidas a critério dos clubes.

“Racismo é crime e isso não cabe mais em nossa sociedade. Qualquer tipo de preconceito é abominável e tem que ser veementemente combatido, principalmente num país de maioria negra como o Brasil. Meu avô foi um dos pioneiros nessa luta dentro dos campos de futebol e ainda hoje, quase 100 anos depois, continuamos nessa batalha. O brasileiro tem verdadeira paixão pelo futebol e muitos sonham em seguir carreira nesse esporte, portanto, esse projeto de lei é mais uma oportunidade de garantirmos uma sociedade melhor para todos”, disse Noel de Carvalho, que é banguense.

Sobre a participação das mulheres nos clubes, o deputado lembra que é de uma mulher, por seis vezes, o título da melhor jogadora do mundo, além da Bola de Ouro Feminina. Ele se refere a Marta. Mesmo assim, aponta que a participação delas no futebol ainda é pequena, daí a importância de se criar a Lei Bangu. “Não há mais espaço para as diferenças de gênero em nossa sociedade. Precisamos encontrar maneiras de amenizar essas disparidades”, finalizou o deputado.

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