RESENDE/INTERNACIONAL
A Nissan, com sua fábrica em Resende responsável pela produção de mais de 600 mil veículos, prepara o lançamento de um modelo inédito até 2025. O novo carro, possivelmente um SUV maior que o Kicks, será exportado para 20 países, reforçando o papel estratégico da unidade brasileira no plano global da montadora. Contudo, a situação financeira da empresa japonesa levanta dúvidas com o questionamento sobre a produção local. Reportagem do Financial Times revelou uma crise profunda, apontando que a Nissan teria entre 12 e 14 meses para implementar mudanças drásticas e evitar o colapso. A montadora enfrenta dificuldades com queda nas vendas na China e nos Estados Unidos, dois de seus principais mercados, além de uma redução de 17% na capacidade produtiva norte-americana. Como medidas de contenção, a empresa anunciou a demissão de nove mil funcionários, um corte de 20% na produção global e a venda de 10,02% das ações da Mitsubishi. Além disso, especula-se a saída de Stephen Ma, CFO da Nissan, e cortes nos salários dos altos executivos. A crise também impactou a relação com a parceira histórica Renault, que reduziu sua participação na montadora japonesa de 43,4% para menos de 36%. Apesar do cenário, rumores indicam que a Honda pode assumir o papel de investidor âncora para ajudar na recuperação da Nissan, especialmente no setor de veículos elétricos.
REFLEXOS NO BRASIL
Embora a Nissan do Brasil não tenha se manifestado sobre os reflexos da crise global, a empresa reafirmou em reportagens um plano de investimento de R$ 2,8 bilhões no país. Esse montante será destinado à renovação da linha de produtos, incluindo o lançamento de novos modelos, como o SUV previsto para 2025. Em outros jornais a marca confirmou intenção de continuar investindo no país, com novo Kicks para o próximo ano.
Apesar das incertezas globais, a fábrica de Resende continua como um pilar estratégico, com produção destinada tanto ao mercado interno quanto à exportação. O desafio será garantir que os impactos da crise global não comprometam o papel do Brasil na recuperação da montadora.
Para sabe se a situação da Nissan vai interferir nas atividades no Brasil e, se vai afetar a produção na fábrica de Resende; como será o planejamento da fábrica, nesse caso, para os próximos anos; se a crise é confirmada e se pode adiar esses lançamentos de carro e afetar a questão de emprego na fábrica em Resende, o A VOZ DA CIDADE procurou a assessoria da empresa durante dois dias. Nenhuma resposta foi dada.