RESENDE
O crescimento dos casos de coronavírus no país motivam diversas fabricantes de veículos a adotarem a medida preventiva de paralisar a produção. No Sul Fluminense ao menos a Nissan do Brasil confirmou nesta quinta-feira, dia 25, que promoverá a paralisação de atividades no Complexo Industrial de Resende entre os dias 26 de março e 9 de abril. O período supera os dias do superferiado concedido pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro como controle da pandemia da Covid-19, proposto até o dia 4. O retorno das atividades na fábrica de Resende está previsto para o dia 12 de abril.
A Nissan informou ao A VOZ DA CIDADE que a iniciativa visa a segurança dos colaboradores, interrompendo a linha de produção de veículos e permitindo que os funcionários de outros setores adotem o home office. “Buscando garantir a segurança de seus funcionários como parte do esforço de reduzir o impacto da pandemia, adaptar a empresa ao cenário atual dos desafios enfrentados pelo setor automotivo e garantir a continuidade do negócio, a Nissan decidiu adotar férias coletivas em seu Complexo Industrial de Resende de 26 de março a 9 de abril. Com isso, a produção será retomada no dia 12 de abril”, informa.
Segundo a fabricante japonesa de veículos e motores em Resende, as férias coletivas serão concedidas para todos os funcionários ligados à produção, cerca de 850 colaboradores. “Os administrativos, de todas as unidades da Nissan no Brasil, seguem atuando em home office ou indo aos seus locais de trabalho, mas, neste caso, adotando todos os procedimentos necessários de distanciamento social”, informa.
Os colaboradores da produção devem retomar as atividades no dia 12 de abril – Divulgação
A fábrica de veículos e motores entrou em operação em Resende no ano de 2014, com investimentos superiores a R$ 3 bilhões. Em seis anos, a Nissan injetou R$1 bilhão na economia fluminense, em termos de remuneração salarial, sem contar o recolhimento de impostos.
REUNIÃO COM O GOVERNO DO ESTADO
Em janeiro, o Governo do Estado divulgou ter realizado com gestores da empresa o encontro do ciclo de reuniões para reafirmar o compromisso entre as partes na geração de emprego e renda. “Em nossa conversa, a Nissan reafirmou o compromisso com o estado do Rio”, destacou o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, Leonardo Soares que na ocasião lembrou que o Complexo Industrial em Resende emprega a quantidade mais expressiva de funcionários dentro dos locais de operação da Nissan no Brasil. São cerca de 1.700 empregos diretos. Contando empregos indiretos e fornecedores, a folha da Nissan no Rio chega a quase 2 mil famílias. “É uma operação de extrema importância para o Estado”, reforçou Leonardo.
A reunião que contou com a presença do diretor de Relações Externas e Governamentais da Nissan do Brasil, Pedro Bentancourt, alinhou ainda a parceria para ampliar a visibilidade do Inova-San, programa de inovação e empreendedorismo realizado pela Nissan junto a universidades e escolas técnicas do Sul Fluminense.
NOVO NISSAN KICKS
Neste mês de março a Nissan do Brasil promoveu o lançamento do Novo Nissan Kicks, produzido pelos mais de dois mil colaboradores da unidade industrial em Resende com o suporte de tecnologia que inclui 92 robôs e 159 AGVs (Automatic Guided Vehicles), pequenos robôs autoguiados que conduzem carrinhos de peças e plataformas.
O Novo Nissan Kicks é o veículo lançado pela fabricante japonesa tem produção em Resende – Cris Oliveira
O Novo Kicks também é comercializado no Chile e Peru e será, posteriormente, na Argentina, no mês de abril. A distribuição para as 179 lojas concessionárias da marca em todo o Brasil ocorreu o início desta quinzena. Partiram de Resende dezenas de carretas carregadas com veículos para todas as regiões do país. Os automóveis nas quatro versões do modelo com dois tipos de câmbio, são embarcados pelas rampas da área de logística. O Novo Kicks tem preço de lançamento sem aumento em relação à linha anterior, partindo de R$ 90.390.
REDUÇÃO DE JORNADA EM 2020
Em 2020, a Nissan do Brasil também adotou estratégia de suspender a produção em virtude da pandemia do coronavírus. Entre 22 de abril e 21 de maio do ano passado a empresa promoveu a suspensão temporária do contrato de trabalho para os funcionários da produção e a redução proporcional da jornada de trabalho e salário, no caso da maioria dos colaboradores de outras áreas.
Naquela ocasião, as ações seguiram as medidas inseridas no Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, decretada pelo Governo Federal.
