Nações Unidas ressaltam oportunidades para reverter situação de fome no mundo

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NOVA IORQUE/ROMA

Teve início nesta segunda-feira, dia 26, em Roma, na Itália, a pré-cúpula Alimentar da ONU, uma reunião de três dias que serve de preparação para a Conferência dos Sistemas Alimentares, que ocorrerá em setembro, em Nova York, nos Estados Unidos.

O secretário-geral da ONU gravou um vídeo que foi apresentado no encontro, onde afirmou que a “guerra contra a natureza inclui um sistema alimentar que gera um terço de todas as emissões de gases de efeito estufa”. António Guterres lembrou que esse mesmo sistema alimentar é “responsável por 80% das perdas de biodiversidade”.

A vice-secretária-geral da ONU está em Roma e  discursou na abertuda da Pré-Cúpula, lembrando que os tempos atuais “são complexos e difíceis, com o mundo vivendo uma pandemia há longos 18 meses”.

Fome Mundial  

Amina Mohammed destacou os impactos do coronavírus na segurança alimentar: atualmente, entre 720 e 811 milhões de pessoas no mundo passam fome. No ano passado, 2,37 bilhões não tiveram acesso a alimentos adequados.

A vice-chefe da ONU lembrou também que 3 bilhões de pessoas não têm dinheiro para comer de forma saudável. Amina disse se tratar de uma situação “inaceitável”, com o mundo falhando em garantir um direito humano fundamental – o acesso à comida.

Mas a vice-secretária-geral também enviou uma mensagem de esperança na Pré-Cúpula dos Sistemas Alimentares, ao afirmar que a pandemia está trazendo desafios e oportunidades.

Agenda 2030 

Amina Mohammed destacou que com a liderança da ONU, 145 países estão dialogando e já reconheceram “a natureza universal da Agenda 2030” e “o potencial poderoso dos sistemas alimentares para garantir progressos em todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs.

A vice-chefe das Nações Unidas disse haver mais liderança, pois todas as regiões já identificaram prioridades para cooperação e ação. Segundo ela, já foram enviadas mais de 2 mil sugestões para ação acelerada, incluindo a participação dos jovens e das comunidades indígenas.

União dos povos  

Amina Mohammed afirmou que “apesar da pandemia ter causado distância física, este processo também uniu pessoas, em torno da ideia simples de que os alimentos podem ajudar a criar soluções” para o alcance dos ODSs.

A vice-chefe da ONU destacou que “as pessoas estão reconhecendo que por meio da comida, é possível ver toda a relevância da Agenda 2030. E com isso, estão inspiradas a agir.”

Amina garantiu estar “cheia de esperança e energizada com a ambição” mostrada até agora. Mas é preciso fazer mais e a pré-cúpula é essencial para “fornecer uma direção aos líderes” que estarão na Conferência dos Sistemas Alimentares, em setembro.

Transformação  

Ela lembrou que no encontro que segue até quarta-feira, em Roma, serão apresentadas ações de apoio aos países, para que a Agenda 2030 possa ser cumprida na totalidade.

A vice-secretária-geral lembrou não haver uma fórmula única: é preciso trabalhar país por país, comunidade por comunidade, para garantir o apoio a cada realidade”. Outro ponto importante é alimentar todas as pessoas do mundo, sem prejudicar o futuro do planeta.

Amina lembrou que a comida “nos une enquanto famílias, comunidades, culturas e humanidade”. Por isso, o sistema alimentar deve ser usado como motivo de união em torno da urgência e das ações necessárias para transformar o mundo até 2030.”

* Luciano R. Pançardes – Editor Chefe

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