VOLTA REDONDA/SUL FLUMINENSE
Em 2023 a Prefeitura de Volta Redonda lançou o projeto Coluna Reta, voltado para prevenção e correção da escoliose idiopática. Desde então já foram realizadas mais de 75 cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O deputado estadual Munir Neto é autor de lei estadual já em vigor que institui a medida em todo o Estado. Como ainda não aconteceu, o deputado, que é presidente da Comissão de Assuntos da Criança, Adolescente e Idoso da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) – junto com o coordenador do Coluna Reta, o médico ortopedista Juliano Coelho, está propondo a regionalização da ação, por meio do Cismepa (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paraíba).
Fazem parte do Cismepa 12 municípios do Sul Fluminense – Volta Redonda, Barra do Piraí, Valença, Itatiaia, Pinheiral, Piraí, Porto Real, Quatis, Resende, Rio Claro, Barra Mansa e Rio das Flores. Para isso, Munir e Coelho agendaram uma reunião para o próximo dia 25 de abril com o presidente do consórcio, o prefeito de Piraí, Luiz Fernando Pezão.
“Nós vamos conversar com o Pezão para que o consórcio atenda com o Coluna Reta os municípios, inclusive implantando um polo do projeto na região, possivelmente no Hospital Regional. A ideia é fazer com que os pacientes e seus familiares não precisem viajar ao Rio de Janeiro para fazer a cirurgia, nos casos em que for necessário. Em Volta Redonda, as operações são feitas no Hospital São João Batista, mas no caso de pacientes de outros municípios, a cirurgia tem que ser realizada no Hospital da Criança, no Rio de Janeiro. A regionalização acabaria com esse transtorno”, disse Munir, ressaltando ainda que a medida ajudaria a desafogar a fila de cirurgias na unidade da capital.
Segundo o coordenador do projeto, o médico Juliano Coelho, a iniciativa tem como vantagem promover o diagnóstico precoce da escoliose idiopática, que se caracteriza por um desvio lateral e rotacional da coluna vertebral, atingindo principalmente adolescentes em idade de crescimento, entre 9 e 14 anos, sendo cinco vezes mais prevalente em meninas. O desvio pode ser tão grande que incapacita fisicamente o paciente, podendo até mesmo comprimir órgãos internos, como o pulmão.
Volta Redonda é a cidade pioneira do projeto e faz uma triagem em massa nas escolas da rede municipal, evitando que casos se agravem e se tornem cirúrgicos. “Atualmente nós temos mais de 80 crianças fazendo fisioterapia especializada, que se não houvesse o projeto, seriam casos cirúrgicos. E já diminuiu o número de casos cirúrgicos, provando que a prevenção está funcionando”, relatou.
Dr. Juliano frisou que com a regionalização, além de mais comodidade para familiares e pacientes, pode agilizar o atendimento de casos mais graves.