SUL FLUMINENSE
Ambientalistas ligados ao Movimento Ética na Política (MEP) alertam que a COP30 reforça uma realidade urgente: os municípios brasileiros continuam despreparados para enfrentar os impactos da crise climática. Segundo Pedro Paulo Vidal, coordenador socioambiental do MEP, e Josinaldo Aleixo, ativista na região Norte, eventos extremos como secas históricas na Amazônia e enchentes no Sul mostram que a emergência climática já é cotidiana — mas as cidades seguem vulneráveis.
Apesar da existência de bilhões de dólares em fundos internacionais de adaptação, poucos municípios possuem estrutura técnica para acessar esses recursos. Os especialistas afirmam que medidas simples de infraestrutura poderiam ter evitado situações como a migração de comunidades amazônicas por falta de água.
Para eles, a crise climática não é inevitável: é resultado de um modelo econômico baseado na exploração excessiva e na resistência de governos e empresas em reduzir emissões e rever subsídios a combustíveis fósseis. Também defendem que não basta responsabilizar apenas o cidadão comum — grandes poluidores precisam arcar com seus passivos ambientais e cumprir a legislação já existente.
O MEP destaca ainda o papel essencial das mobilizações sociais, como as ações em Volta Redonda pela proteção ambiental e fiscalização de políticas públicas. A conclusão dos especialistas é clara: enfrentar a crise climática exige união entre esforços globais e locais, fortalecimento das cidades, responsabilização das empresas e participação ativa da sociedade. “Não existe planeta substituto. É este que precisa ser cuidado”, resumem.