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Mundo caminha para ‘catástrofe climática’, afirma chefe da ONU

Por Andre
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NOVA IORQUE

Em evento promovido pela revista The Economist, António Guterres disse ser “loucura” a corrida por substituir combustíveis da Rússia por outras fontes fósseis; países do G20 devem liderar ações e impulsionar financiamento climático; compromissos atuais fariam aumentar em 14% as emissões globais

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, esteve na abertura de um fórum virtual sobre sustentabilidade promovido pela revista The Economist nesta segunda-feira.

Em mensagem de vídeo, o chefe da ONU destacou a importância de manter vivo o objetivo de conter o aquecimento global em até 1.5ov C, lembrando que é necessário reduzir as emissões globais em 45% até 2030.

Catástrofe climática

Em referência a COP26, Guterres afirmou que o problema não foi resolvido em Glasgow.

Na contramão das discussões durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática e contrariando as estimativas do último relatório do IPCC, ele reafirmou que, com os compromissos nacionais atuais, as emissões globais devem aumentar quase 14% na década de 2020.

Assim, o líder das Nações Unidas afirmou que o mundo caminha para uma “catástrofe climática”.

Ele também citou o impacto da guerra na Ucrânia, com o risco de derrubar os mercados globais de alimentos e de energia e ter grandes implicações para a agenda climática global.

Guterres alertou que enquanto as principais economias buscam uma estratégia para substituir os combustíveis fósseis da Rússia, após as sanções impostas por diversas nações, elas podem criar uma dependência ainda maior dessa fonte de energia e prejudicar as ações para conter o aquecimento global.

O chefe da ONU chamou de “loucura” a tentativa dos países de fechar a lacuna no fornecimento de combustíveis ao mesmo tempo que negligenciam as políticas para reduzir o uso deles.

Responsabilidade e soluções


Para António Guterres, os membros do G20, responsáveis por 80% das emissões globais, devem liderar as ações para conter o avanço da temperatura.

Ele afirmou que embora alguns países já tenham anunciado políticas para beneficiar o meio ambiente, outras apontam as nações emergentes como as grandes culpadas do aumento de emissões.

Para o líder da ONU, essa não é hora de buscar culpados e sim de buscar coalisões para buscar financiamento para expandir o uso de fontes limpas e renováveis de energia.

Ele também chamou a atenção para áreas do setor privado que ainda financiam o carvão. Para Guterres, esse é um investimento “estúpido”, que deixa bilhões em ativos ociosos.

O secretário-geral reforçou que “é hora de acabar com os subsídios aos combustíveis fósseis e parar a expansão da exploração de petróleo e gás”.

Mitigação e adaptação

Para António Guterres, o aumento da vulnerabilidade de diversas populações com o aumento de catástrofes climáticas destaca a necessidade de ações concretas para mitigação, mas também para adaptação.

Assim, ele destacou o aumento de investimento em planos que ajudem populações, especialmente de nações insulares e de baixa renda, a lidarem com os eventos climáticos.

Guterres lembrou o compromisso financeiro de US$ 100 bilhões para que os países em desenvolvimento possam implementar políticas climáticas.

Ao finalizar sua participação, o secretário-geral pediu o compromisso com a eliminação do carvão e de todos os combustíveis fósseis, bem como a transição energética rápida, justa e sustentável.

Ele também fez um apelo para o fortalecimento dos planos climáticos nacionais e coalizões climáticas, além de focar na descarbonização de grandes setores como transporte marítimo, aviação, siderurgia e cimento.

* Silas Avila Jr – Editor Internacional

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