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Mulheres falam da experiência de se tornarem mães após vencerem barreiras e dificuldades

Por Carol Macedo

SUL FLUMINENSE

ROZE MARTINS

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Especial, em todos os aspectos, para as mulheres que passaram por gestações tranquilas, sem intercorrências ou dificuldades para receber o tão sonhado resultado positivo de gravidez, o Dia das Mães se torna ainda mais extraordinário para aquelas que não desistiram do sonho da maternidade mesmo diante de barreiras como perdas gestacionais, tratamentos ou após enfrentarem uma longa espera até conseguir engravidar ou adotar uma criança. Às vésperas do Dia das Mães, comemorado neste domingo, dia 12, o A VOZ DA CIDADE ouviu histórias de mulheres que com muita força, fé e coragem conseguiram vencer esses desafios.

Uma delas é a professora de Educação Física, Aline Cristina Tavares, de 43 anos. Ela, que já sofreu seis abortos em decorrência de ser portadora de incompetência istimo cervical, um problema que acarreta defeito no canal cervical e o faz perder a capacidade de suportar o peso de uma gravidez, no último dia 2 de maio deu luz ao seu segundo filho, o pequeno Benício, que neste domingo completa dez dias. Até a sexta-feira, dia 10, ele ainda se encontrava em uma UTI Neo Natal, já que assim como a irmã Maitê, hoje com seis anos, também nasceu pré-maturo.

“Sempre fui uma mulher sonhadora e ser mãe era um dos meus maiores sonhos e na busca pela maternidade eu jamais imaginaria que passaria por tantos obstáculos e perdas. Após cinco abortos descobri a cerclagem definitiva, uma técnica feita para costurar o colo uterino e segurar o bebê, e tive a minha filha Maitê em 2018, prematura de 30 semanas. Como sonhadora queria mais filhos, resolvi em 2023 engravidar novamente mas, por alguns problemas emocionais eu acabei perdendo novamente. E mesmo assim não desisti e quando pra minha surpresa em setembro 2023 descobri a gravidez do meu mais novo prematurinho Benício de 32 semanas e 5 dias. meu presente de Dia das Mães antecipado”, contou.

Conforme enfatiza a professora, hoje ela se considera mãe de seis anjos, que a sustentaram em todo momento para não desistir do sonho e mãe, e de dois ‘arco-íris’ lindos que são o casal Maitê e Benício. Em todos os processos que enfrentou, ela destaca a importância de ter mantido sua fé e ter contado com o apoio do marido, o professor de Educação Física, Denílson Gonçalves da Silva, de 46 anos. “Ele nunca me pediu pra desistir, desse sonho, que sempre foi maior dentre todas as dores que senti”, completou.

Longa espera até o resultado positivo

A engenheira Mayara Vilela Fialho, de 35 anos, e o caminhoneiro Leonardo Silva de Oliveira 39 anos, são pais do pequeno Bernardo, de 2 anos. O casal se casou em 2014 e optou em tentar a gravidez após um ano, sem nem imaginar a longa espera de quase oito anos que teria que enfrentar. Embora sem nenhum diagnóstico fechado, todas as tentativas ao longo dos anos deram errado, o que levou Mayara a pensar em fazer uma fertilização por meio de um programa de doação de óvulos, o que deixaria o procedimento mais barato.

“A gente namora desde que eu tinha 15 anos e o sonho de ter um filho sempre fez parte da nossa vida. Achei normal não conseguir um ano após o casamento, mas depois fiquei preocupada e fiz muitos exames, assim como o meu marido. Aquilo era muito doloroso porque eu tinha o sonho da maternidade, ele tinha o sonho da paternidade e a gente não descobria o que estava impedindo o nosso sonho. Eu lembro de falar com os médicos que às vezes eu preferia receber um diagnóstico e todos diziam que não tinha nenhum problema”, conta.

Mayara se recorda que disse ao marido que se, caso até 2020 não engravidasse naturalmente, faria a fertilização. Ela procurou uma clínica especializada, em Volta Redonda, onde foi informada sobre o programa de doação de óvulos. Os dois chegaram a fazer vários exames na Capital, no último deles ela não conseguiu ir e, no mês seguinte, engravidou sem precisar do procedimento.  “O Bernardo é fruto de muita oração e a nossa devoção a Nossa Senhora Aparecida. Um dia, em visita à basílica, eu pedi a intercessão e fiz a promessa de faria uma romaria a pé, e tenho certeza que foi ali que deu tudo certo”, contou a engenheira, que pagou a promessa na última semana, mesmo com o marido tendo ficado doente.

Sem saber que estava com dengue, Leonardo chegou a caminhar cerca de 40 quilômetros por dia e precisou ser internado devido à queda de plaquetas.

Mayara, Leonardo e Bernardo – Foto Divulgação

Aposta no tratamento e muitas injeções para “segurar” a gestação

A autônoma de 44 anos, Elaine dos Santos é outra que não mediu esforços para  tentar ser mãe, mesmo após ter sofrido dois abortos, um quando tinha 30 anos e outro aos 37. O motivo das perdas foi o diagnóstico de trombofilia, um problema que ocorre na coagulação sanguínea provocando o desenvolvimento de trombose. Elaine conta que, mesmo sabendo que seria difícil, a palavra desistir nunca esteve em seus pensamentos e, por isso, além de ter se apegado a sua fé, ela também apostou no tratamento da doença como forma de conseguir realizar o grande sonho.

“Após o segundo aborto eu decidi que iria descobrir qual era o meu problema que, na verdade não era tão simples, já que a trombofilia faz a coagulação ser maior do que o normal, impedindo o sangue de chegar até o feto,  provocando as perdas”, apontou completando que era necessário deixar o seu sangue mais ralo e, para isso, o indicado foram as aplicações de injeções de anticoagulante todos os dias em sua barriga. “Foram mais de 180 injeções e eu nunca vou me arrepender porque a minha filha é o meu maior presente. Todos os dias, muitas mulheres enfrentam esse tipo de perda, mas é importante darmos forças umas às outras. Se há possibilidade, se existe tratamento, não desistam do sonho de vocês”, afirmou.

Gestação do coração através da adoção

A dona de casa Marcília Arantes, de 41 anos, e o metalúrgico Marcos Vinicius Silva Arantes, de 47 anos, são pais do Otávio, de 14 anos, e do Arthur, de 15. Eles foram adotados pelo casal quando ainda tinham 3 e 4 anos, respectivamente e, conforme destaca Marcília, chegaram na família para realizar o sonho que ela tinha de ser mãe. Os dois são irmãos biológicos e viviam em um abrigo de Resende. “Eu e o Marcos não conseguimos engravidar, descobrimos a infertilidade, e entramos com o processo de adoção. Um dia eu estava no trabalho, a assistente social me ligo eu disse: ‘seus filhos estão te esperando’. Levei um susto, porque eram dois, mas não pensei duas vezes em ir busca-los e, graças a Deus, tive o apoio do Marcos e do meu pai. Meu Dia das Mães é muito mais especial desde que eles chegaram”, recorda Marcília, que logo após o processo criou o Grupo de Apoio á Adoção de Barra Mansa (GAABM), que tem por finalidade orientar e dar suporte aos casais que tenham a intenção de adotar uma criança.

Foto: Divulgação

 

 

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