Mulher agredida em Barra Mansa morre e companheiro segue foragido

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BARRA MANSA

Morreu ontem na Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa Vanessa Sabino, de 30 anos, vítima de violência doméstica. Seu companheiro, Moisés Augusto Dias de Oliveira, de 32 anos, segundo a Polícia Civil,  foi indiciado como principal suspeito do crime e segue foragido.

Vanessa deu entrada na unidade há cerca de duas semanas (dia 20 de julho), após ser agredida dentro de casa no bairro Goiabal e se encontrava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa. Desde a internação, ela, que teve traumatismo craniano, não apresentou melhora. O A VOZ DA CIDADE fez contato hoje com a assessoria do hospital, que informou que Vanessa teve morte encefálica – quando ocorre a completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro.

Sua filha de 14 anos também chegou a ser socorrida e levada para a unidade após a agressão, sendo liberada no mesmo dia. Vanessa deixou também outros quatro filhos.

O delegado de plantão na ocasião, adjunto da 93ª Delegacia de Polícia, Rodolfo Atala, indiciou Moisés em tentativa de homicídio na época. Porém, segundo a autoridade, agora será indiciado por feminicídio e sua prisão já foi deferida pela Justiça. Foi apurado pela Polícia Civil que os dois estavam em processo de separação, mas Moisés não aceitava o término.

Na casa dos dois, a Polícia Militar, que foi acionada após informações que a vítima deu entrada em estado grave na Santa Casa,  encontrou garrafas de cervejas quebras e uma panela de pressão. Os objetos teriam sido usados pelo homem para cometer o crime.

Moisés já teve a prisão decretada por se o principal suspeito – Foto: Divulgação Polícia Civil

O caso segue registrado na 90ª Delegacia de Polícia de Barra Mansa. Quem tiver informações sobre o paradeiro de Moisés, pode ligar para os números 0300 253 1177 / 2253-1177 ou no App do Disque Denúncia.

O A VOZ DA CIDADE fez contato com o Cemitério Municipal de Barra Mansa no início desta tarde, que confirmou que o corpo de Vanessa será velado e enterrado no local, porém, disse que o mesmo ainda não foi liberado da Santa Casa e ainda seguirá para a Instituto Médico Legal (IML), de Três Poços, em Volta Redonda. Somente depois, será encaminhado para o cemitério e o enterro, pelo horário, deverá ocorrer, à princípio, só amanhã.

OUTRA VÍTIMA DE FETICÍDIO ESTE ANO

Eliane Pereira Silva, de 35 anos, foi morta em Rio Claro – Redes Sociais

Após a morte de Vanessa, familiares de Eliane Pereira Silva, de 35 anos, fizeram contato novamente com a equipe do A VOZ DA CIDADE para relatar que o principal suspeito da morte da parente, também vítima de feminicídio, ocorrido no dia 6 de abril deste ano, em Lídice (Rio Claro), continua foragido. Antônio Souza, de 49 anos, era o companheiro de Eliane, de um relacionamento de 19 anos, onde o casal teve cinco filhos.

Segundo o irmão da vítima, José Otávio Pereira Lopes, de 50 anos, a família segue sem nenhuma novidade quanto o caso, o que aumenta ainda mais a dor da perda. “Ele era agressivo e sempre que eles terminavam, não aceitava. Inclusive quando ocorreu o crime, na frente da casa deles, eles estavam separados”, comentou o irmão de Eliane. “Já escutei pessoas próximas comentando que ele estaria em Bananal, São Paulo. Mas ele também tem parentes no Espírito Santo e alguns em Lídice mesmo”, completou.

O corpo da irmã de José foi encontrado por vizinhos que teriam visto o companheiro de Eliane desferindo várias facadas contra ela – a maior parte no coração e nos pulmões.

O assassinato de Eliane foi registrado na 168ª Delegacia de Polícia (DP) de Rio Claro. O A VOZ DA CIDADE fez contato recentemente com o delegado responsável pelo caso, Francisco Benitez, que confirmou que o companheiro da vítima, Antônio Souza, é realmente o principal suspeito de cometer o atentado contra a ex. O delegado comentou ainda que pediu a prisão de Antônio e que o mesmo se encontra foragido.

FEMINICÍDIO CRESCE

A edição do Atlas da Violência deste ano mostra que a taxa de homicídio de mulheres cresceu acima da média nacional em 2017. O estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública revela que, enquanto a taxa geral de homicídios no país aumentou 4,2% na comparação 2017-2016, a taxa que conta apenas as mortes de mulheres cresceu 5,4%. Apesar disso, o indicador continua bem abaixo do índice geral (31,6 casos a cada 100 mil habitantes), com 4,7 casos de mortes de mulheres para cada grupo de 100 mil habitantes. Ainda assim, é a maior taxa desde 2007.

CRIME DENTRO DE CASA

Em 28,5% dos homicídios de mulheres, as mortes foram dentro de casa, o que o Ipea relaciona a possíveis casos de feminicídio e violência doméstica. Entre 2012 e 2017, o instituto aponta que a taxa de homicídios de mulheres fora da residência caiu 3,3%, enquanto a dos crimes cometidos dentro das residências aumentou 17,1%. Já entre 2007 e 2017, destaca-se ainda a taxa de homicídios de mulheres por arma de fogo dentro das residências que aumentou em 29,8%. (Fonte: Agência Brasil).

 

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