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Mais de 200 policiais vão às ruas da região para cumprir 87 mandados de prisão contra traficantes

Por Mônica Vieira
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SUL FLUMINENSE

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) e da Promotoria de Investigação Penal de Barra Mansa, em parceria com Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (90ª Delegacia de Polícia de Barra Mansa) e com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), realizou nesta quarta-feira, dia 23, a operação Futebol Clandestino. A ação teve por finalidade combater o tráfico de drogas em municípios do Sul Fluminense e da Costa Verde, inclusive, em localidades da Ilha Grande. O objetivo foi o cumprimento de 87 mandados de prisão preventiva e 112 de busca e apreensão.

De acordo com o delegado titular da 90ª DP, Ronaldo Aparecido de Brito, até o fechamento desta edição, já havia confirmação de 38 presos e material do tráfico apreendido. Cerca de 200 policiais participaram da ação. “A investigação, que teve início em Barra Mansa e teve por fundamento prévias quebras de sigilo de dados de dispositivos apreendidos com traficantes da localidade, conseguiu identificar o funcionamento de estruturada organização criminosa atuante em municípios da região Sul Fluminense e em Angra dos Reis. Por tal razão, o MPRJ dividiu a denúncia em seis principais núcleos de atuação”, disse, sendo eles: Barra Mansa, Volta Redonda, Barra de Piraí, Angra dos Reis, Resende e Rio de Janeiro. “Durante a investigação comprovou-se, inclusive por meio de registros audiovisuais armazenados nos dispositivos apreendidos, a violência praticada pelos criminosos, que se valiam de armas de fogo de alto potencial lesivo para o controle de seus territórios e a prática de homicídios de devedores, traficantes rivais e para o confronto com as forças policiais atuantes na região”, completou o MP.

Segundo o MPRJ, o nome da operação (Futebol Clandestino), foi inspirado no nome de um dos grupos de WhatsApp utilizados pelos traficantes para tratar das áreas gerenciadas pelos criminosos na região, no qual tratavam da aquisição e distribuição de drogas, armas, munições, materiais de endolação, bem como para a troca de informações sobre alvos que seriam policiais e traficantes de facção rival em atuação na região. Em outro desses grupos de WhatsApp – chamado União Sul Fluminense – foi identificada a participação de mais de 150 integrantes do tráfico de diversas cidades da Região Sul do Rio, todos pertencentes à mesma facção criminosa. Outros grupos eram restritos a cidades ou bairros específicos. Havia, ainda, a existência de grupos específicos integrados pelas lideranças do tráfico, dentre eles um chamado “Controle Pó de 50”, no qual faziam o intercâmbio de informação no nível gerencial e a própria contabilidade das atividades financeiras realizadas pela organização criminosa.

Entre os denunciados estão 20 mulheres e 67 homens. Alguns já se encontram presos, e, de acordo com a denúncia, ainda continuam ativos no gerenciando a distribuição e comercialização de drogas na região. Diante de tais fatos, foram objeto de novas imputações em relação aos delitos de tráfico e associação para o tráfico de substâncias entorpecentes.


DELEGADO EXPLICA SOBRE AS INVESTIGAÇÕES

O A VOZ DA CIDADE conversou na manhã de hoje com o delegado de Barra Mansa, Ronaldo Aparecido, sobre a operação. “Ela foi desencadeada por conta de investigações que apontaram para um grupo de WhatsApp, montado por uma facção criminosa para articulação sobre ações voltadas ao tráfico de drogas. Eles também monitoravam as viaturas policiais em diversos bairros de cidades da região Sul Fluminense”, disse. “Começamos a investigar o fato por conta de uma prisão em flagrante; e a apreensão de um celular é que deu início a operação. Foram identificados 87 traficantes e mais cinco adolescentes e contra essas pessoas foram expedidos mandados de prisão”, completou o delegado.

Ronaldo conta que o objetivo da missão foi cumprir 87 mandados de prisão, mas que 38 pessoas foram detidas. Alguns já estavam presos, mas o policial não informou quantos deles. “Tivemos aqui (em Barra Mansa) equipes nas ruas fazendo diligências, dando cumprimento aos mandados de busca. Isso também ocorreu em outras cidades, como Volta Redonda, Resende, Porto Real, Quatis, Barra do Piraí, Angra dos Reis, Búzios, na capital do Rio de Janeiro e em uma cidade do interior de Minas Gerais, que faz divisa com Barra Mansa”, explicou o policial.

O delegado garante que em Barra Mansa certamente essa operação de hoje vai ter uma continuidade por conta de grande quantidade de material apreendido, anotações (o que não havia sido contabilizado até o fechamento desta edição), o que vai gerar uma nova investigação. Foram seis meses de investigações e diversas prisões em flagrantes contra os principais líderes, que já tinham sido presos, mas que mesmo de dentro dos presídios continuam articulando e coordenando o tráfico. “Não é porque eles estão presos que deixam de atuar no crime, não. Eles não deixam de atuar, eles ficam ali dentro do presídio com aparelhos celulares, Smartphones, determinando as ações de quem está na rua. Ali, determinam como deve ser feito o tráfico de drogas e determinam que se machuque alguém; e acabam tendo domínio final do fato em todos aqueles que estão na rua”, descreve Ronaldo Aparecido.

“Essa facção criminosa vem por costume angariando adolescentes da região de Barra Mansa e de todas as regiões para atuar no tráfico”, ressalta, concluindo que a Polícia Civil de Barra Mansa vem cumprindo seu papel para tornar a cidade mais segura e com melhor qualidade de vida.

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