RESENDE
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Promotoria de Justiça junto à 4ª Vara Criminal, obteve, na madrugada desta quinta-feira, dia 28, a condenação de dois homens integrantes da facção criminosa Comando Vermelho pelo assassinato de Carlos Alberto Moreira, conhecido como “Russinho”, e pela ocultação de seu corpo em uma trilha na região de Capelinha, em Resende. Um dos homens, que é presidiário, foi condenado a 28 anos de reclusão, enquanto o outro, a 24 anos e 9 meses de prisão.
O crime ocorreu em 22 de janeiro de 2014, na Rodovia RJ-163, próximo ao km 17. Segundo as investigações, a vítima foi atraída ao local sob um pretexto enganoso e executada com disparos de arma de fogo. O ato foi motivado por uma represália ordenada pela liderança da facção, que suspeitava que “Russinho” estava repassando informações à polícia.
Os réus foram condenados por homicídio triplamente qualificado, motivo torpe, uso de dissimulação e ocultação de cadáver.
De acordo com a denúncia, ajuizada pela 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Resende, o apenado teria ordenado a execução da vítima, enquanto o outro homem foi o responsável pelos disparos.
Segundo o promotor de Justiça Bruno de Faria Bezerra, responsável pela sustentação oral, as interceptações telefônicas realizadas no curso da investigação comprovaram, de forma clara, a dinâmica do crime. “Os registros revelaram que o apenado, de dentro do presídio, ordenou ao sicário do tráfico, que executasse a vítima. A motivação para o crime seria o fato de a vítima, que havia sido expulsa da área dominada pela facção criminosa na Cidade Alegria, supostamente estar repassando informações à Polícia Militar. Essas informações teriam resultado em uma operação policial contra o tráfico de drogas na região”, afirmou o promotor na audiência.
Ainda de acordo com o promotor, embora os diálogos entre os envolvidos tenham sido realizados em códigos, eles evidenciam a autoria do crime. Além disso, conforme apurado, foi registrada uma ligação de homem que executou o crime, nas proximidades do local da execução, bem como uma mensagem de texto confirmando a concretização do homicídio. A tese foi acolhida integralmente pelos jurados.