MP detalha como tentativas de extorsão ao prefeito Ailton Marques foram feitas  

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PORTO REAL

O prefeito Ailton Marques teria sido ameaçado de morte por não querer pagar uma dívida de campanha do ex-prefeito Jorge Serfiotis no valor de R$ 2 milhões. Essa afirmação consta no documento do Ministério Público autor do processo que causou a prisão de Adriano Arlei Serfiotis, filho de Jorge, falecido em 2017. A prisão aconteceu na quarta-feira e hoje mesmo já foi transferido para a cadeia pública de Volta Redonda. Outros três homens, de Duque de Caxias, também tiveram mandados de prisão preventiva decretados.

O processo do Ministério Público detalha como teriam acontecido a tentativa de extorsão e as ameaças. A denúncia menciona o fato que aconteceu no dia 2 de maio, quando três homens entraram na Prefeitura de Porto Real, um deles armado. O piloto do helicóptero, o quarto, também foi para delegacia após funcionário da prefeitura ter visto a arma e chamado a polícia. Lá, após conversas e averiguações teriam sido liberados e a informação seria que um deles era empresário e estaria interessado em abrir um negócio na cidade. Porém, no documento do MP, um desses homens era policial militar e outro civil e que a investigação já estava em curso. A extorsão, segundo documento, teria começado no dia 24 de abril.

Segundo o processo, Ailton teria sido chamado por Adriano em seu escritório, onde estavam mais cinco pessoas, entre elas, os três denunciados de Duque de Caxias. O grupo então cobrou de Ailton uma dívida de R$ 2 milhões, dinheiro este que teria sido pago para campanha eleitoral de Jorge Serfiotis, que morreu em 2017, quase um ano após o pleito que o elegeu prefeito e Ailton como vice.

Ailton então teria alegado que não sabia da dívida e foi então ameaçado de morte com armas de fogo.

O MP alega no processo que tem provas. Uma delas seria uma conversa telefônica gravada pelo prefeito Ailton Marques no dia 1º de maio com um dos envolvidos, onde novas ameaças foram feitas, falando novamente do dinheiro.

MANDADO DE PRISÃO

O processo do mandado de prisão menciona as palavras audácias e destemor, para dizer que há uma indicação de impunidade pelos atos praticados. “Há, assim, a necessidade de resguardar a ordem pública e a paz social, a fim de se evitar a reiteração criminosa. Indispensável também garantir a adequada instrução processual, eis que a ação penal ainda está se iniciando, tendo a prisão cautelar o escopo de preservar a integridade física e emocional da vítima e das testemunhas civis que irão depor em Juízo”, diz trecho do mandado de prisão assinado pela juíza Priscila Dickie Oddo, da comarca de Porto Real/Quatis.

Ainda na determinação, foi informado que o Ministério Público formulou o pedido de busca e apreensão em dois endereços: de Adriano e de outro homem para busca de armas de fogo e aparelhos celulares. Há um inquérito policial que consta que os crimes foram praticados com emprego de armas de fogo.  Foi solicitada ainda a quebra de sigilo telefônico dos envolvidos.

O advogado de Adriano Serfiotis foi procurado, mas não foi localizado para que a versão do suspeito seja dada. A assessoria do deputado federal Alexandre Serfiotis foi procurada para saber se a família se pronunciaria sobre a prisão de Adriano e informou que “por ora, o deputado federal não vai se pronunciar sobre o ocorrido”. O prefeito Ailton Marques também foi procurado, mas não foi encontrado para falar sobre o caso. A assessoria de imprensa do Ministério Público foi procurada pelo jornal para informar sobre toda a denúncia, mas também não se pronunciou até o fechamento desta edição.

 

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