Movimento escoteiro completa 110 anos de existência

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VOLTA REDONDA

O conteúdo especial do jornal A VOZ DA CIDADE de hoje vai contar a história do maior grupo de jovens do mundo, o Movimento Escoteiro. Em 1º de agosto deste ano, a confraria completou 110 anos de existência, sendo fundado na Inglaterra. Hoje, são mais de 40 milhões de escoteiros em todo o mundo e aqui na região, a prática está crescendo e está presente em vários eventos de cunho educacional. Para falar sobre esse avanço, o A VOZ DA CIDADE conversou com Marcelo Ribeiro da Almeida Guedes, Diretor Técnico do 14° Grupo Escoteiro Combatentes Eternos, o maior da ‘Cidade do Aço’. Ele explica qual o objetivo do movimento e como fazer parte, principalmente a importância em se tornar um escoteiro e o que os ensinamentos acarretam na vida de quem faz a promessa escoteira.

Segundo Marcelo, o movimento nasceu em 1907 na Inglaterra no pós guerra, quando vários jovens estavam seguindo por um caminho errado, usando vários tipos de drogas, entre cigarros e bebidas alcoólicas. “O primeiro acampamento durou oito dias. Foi em uma ilha, no Canal da Mancha. Ela originou uma série de fascículos, por meio de manuais, e logo a prática passou a ser realizada em vários países do mundo”, contou o diretor.  “Em 1910 o movimento chegou ao Brasil, por meio da Marinha. Hoje ele existe em 223 países, sendo o maior movimento juvenil do planeta, agregando 40 milhões de membros. Sete milhões são os adultos, que atuam de forma voluntária e os 33 milhões são formados jovens”, explicou Marcelo.

São bastante comuns os relatos de pais ou professores que percebem mudanças significativas no comportamento das crianças, adolescentes e jovens que são escoteiros. Por meio das atividades que exigem concentração e esforço, de ações comunitárias e de um conjunto de valores que envolvem a lealdade, cortesia e educação, desenvolvemos a autonomia, a integração social, além do conceito de cidadania. Crianças e jovens inseguros ou tímidos acabam conquistando mais autoconfiança por meio desses estímulos emocionais e físicos.

“Nossa intenção é proporcionar um ambiente de colaboração, onde se constroem amizades e valores levados por toda a vida. É por meio das atividades oferecidas que os jovens se desenvolvem, sendo incentivados a assumir liderança, a pensar e agir de maneira coletiva e sustentável, a se envolver com a comunidade, afim de tornarem-se independentes de forma responsável”, confessou. “Prezamos o respeito, incentivando uma cultura de paz para que, assim, possamos entregar pessoas melhores à comunidade”, completou Marcelo.

Em Volta Redonda existem quatro grupos de escoteiros. O 14° Grupo Escoteiro Combatentes Eternos da ‘Cidade do Aço’ é o maior da cidade. De acordo com Marcelo, são 140 membros registrados e na ativa, entre jovens e adultos. “Infelizmente, o local que utilizávamos, que era Apae, não usamos mais, por uma questão administrativa. Hoje, desde março deste ano, estamos nos reunindo na Ilha São João, por meio de um empréstimo da prefeitura. Isso atrapalha bastante, mas  continuamos com o nosso objetivo, que é levar a essas pessoas o escotismo de qualidade”, expôs o diretor. “Este ano completamos três anos de fundação, sendo fundado no dia 19 de julho”, frisou, explicando que os demais grupos, três, possuem sede própria.

Marcelo conta que o objetivo do grupo é totalmente de cunho educacional. “Nosso trabalho visa proporcionar a juventude atividades que auxiliem na educação dentro da faixa etária que trabalhamos, que vai dos seis anos e meio até os 21. As atividades tem cunho educativo e atrativas, são lúdicas. Por isso quem conhece o nosso trabalho continua, pois sabe que são atividades gostosas, descontraídas de se praticar”, disse. “São atividades ao ar livre, excursões. Já para os maiores, tem as atividades mais desafiadoras, como escaladas, escalaminhadas, rapel, descida de corredeiras, atividades que envolvam orientações”, aprontou.

O diretor narra que completou a promessa escoteira há 20 anos, tendo entrado no escotismo aos sete anos de idade. Ele diz que é suspeito em defender a prática, pois a leva na vida e passa os ensinamentos ao lado de seus parceiros de grupo com muito carinho. “Disciplinamos pessoas, através de responsabilidade, civismo e amor ao próximo. Trabalhamos com uma serie de ensinamentos e características que hoje percebemos que a sociedade banaliza. Não se encontra em todos os seguimentos. É difícil hoje encontramos uma família estruturada que valorize isso. Nosso objetivo é resgatar e continuar, proporcionando aos jovens e as famílias todas essas características por meio um movimento divertido e empolgante”, defendeu Marcelo.

Ele fala ainda que em Volta Redonda existem quatro grupos, além do 14° Combatentes Eternos: o 53° Escoteiro Vigilante da Acácia, que funciona no Horto Municipal, aos domingos de manhã; 22° Grupo Escoteiro de São Judas Tadeu, que funciona na Casa Escoteira, no início da Sávio Gama (atrás do 28° Batalhão da Polícia Militar), que se reúne aos domingos de manhã e o 70° Grupo Escoteiro Nossa Senhora da Conceição, que funciona aos domingos na Igreja Nossa Senhora da Conceição, na Rua 4, no bairro Conforto.

Os movimentos são divulgados nas atividades dos grupos, fora dos locais de reunião, entre eles em atividades em escolas e eventos realizados pela Prefeitura Municipal de Volta Redonda. Existem as páginas no Facebook dos grupos também e a página nacional do movimento, www.escoteiros.org.br

Quem quiser conhecer mais ou fazer parte de algum dos grupos, é só ir até a sede dos mesmos para saber como fazer a inscrição e o valor da mensalidade.

PARTICIPAÇÃO JOVEM

Iasmine de Araujo Diniz dos Santos, de 19 anos, cursa hoje Engenharia Civil e mora no bairro Roma, em Volta Redonda. Ela conta o que o escotismo agrega em sua vida. “Para mim o escotismo é mais que um movimento, é um estilo de vida. Ele me fornece muitos ensinamentos, sobre o como lidar com determinadas dificuldades da vida e como me tornar uma pessoa melhor em todos os âmbitos”, descreveu a jovem.

Ela faz parte do grupo há doía anos. “Desde que entrei, aprendi a conviver melhor com as diferenças, a pensar mais no próximo e na natureza, e lá no grupo, conheci pessoas que são muito importantes para mim, são pessoas que eu sempre posso contar. Enfim, na minha opinião, o escotismo faz o possível para ajudar os jovens e tornar o mundo um lugar melhor”, concluiu a participante.

Ian Xavier Paschoeto dos Santos, morador do bairro Vila Rica-Tiradentes, tem 19 anos e começou a participar do movimento escoteiro com 16 anos, em agosto de 2014. Na época ele estava cursando o Ensino Médio e hoje está no segundo período da faculdade. “Desde que me tornei escoteiro tive a oportunidade de conhecer muitas pessoas diferentes, já viajei em algumas ocasiões para eventos escoteiros e posso falar que a integração das diversidades promovida pelo movimento é incrível, é algo que te insere no contexto social de uma forma muito ativa. Além disso, são muitos os valores ensinados que são importantes, tanto para vida pessoal quanto para a formação do indivíduo como cidadão, como lealdade, altruísmo, empatia e o respeito pela natureza e o ambiente em que se vive”, contou o jovem. “Automaticamente, esses princípios são adotados na vida do dia a dia, como um relacionamento mais saudável e descontraído em família, assim como mais disciplina nos deveres rotineiros. Posso dizer que esses últimos anos em que venho me dedicando ao escotismo fazem minha adolescência valer a pena, tanto pelas experiências que tive quanto pelas pessoas que conheci e que no futuro refletirão no adulto que serei”, finalizou o jovem escoteiro Ian Xavier.

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