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Moradores pedem soluções após casas ficarem alagadas em Floriano

Por Carol Macedo
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BARRA MANSA

A forte chuva que atingiu o Sul Fluminense na tarde desta segunda-feira, dia 30, alagou diversas casas da Rua Lomba de Abreu, no distrito de Floriano. De acordo com os moradores, os problemas com as enchentes não são causados apenas pela chuva, mas sim por uma obra de drenagem realizada há pelo menos três anos, pela CCR RioSP, concessionária que administra a Via Dutra.

Segundo as famílias afetadas, depois da reforma na tubulação da rodovia, todo o volume de água que atinge a Dutra, desce para as ruas de Floriano.

Rosilda Vieira, de 59 anos, é cuidadora de uma idosa que mora em uma das primeiras casas da Rua Lomba de Abreu. Ela conta que o volume da água da chuva de segunda-feira foi tão grande que o portão da casa cedeu. “Eu estava sozinha com ela e em poucos minutos a água começou a entrar em casa”, disse.

Rosilda trabalha na casa da idosa, de 92 anos, há sete anos e relata que nunca tinha visto nada desse tipo acontecer. “Colocamos até uma barra de latão na porta para a água não entrar, mas nem isso adiantou. A casa inteira ficou inundada, achamos até uma cobra no meio da água”, comentou, acrescentando que a idosa precisou ser retirada da residência e está temporariamente na casa de uma sobrinha em Barra Mansa.


Dia de limpeza em uma das residências – Foto: Gabriel Borges

Muro que desabou com a força da água – Foto: Gabriel Borges

 

 

 

 

 

 

A casa de Ronaldo Miranda, de 44 anos, também foi uma das inundadas com o temporal de segunda. Ele explica que mora em Floriano desde 1983 e que esses problemas com a chuva só começaram em 2021. “Essa é a quarta vez que isso acontece desde essa obra da CCR. Há dois anos mandei fazer uma comporta para evitar que a água entrasse na minha casa, mas mesmo assim o volume de água vindo da Dutra foi tão grande que não conseguiu evitar que a água entrasse. Com as chuvas dos últimos anos perdi geladeira, móveis, roupas de cama e outros bens materiais”, falou.

Ronaldo também é dono de outros quatro imóveis que ficam na rua principal de Floriano. Ele conta que em uma das chuvas, um de seus inquilinos teve um prejuízo de R$ 15 mil. “Teve uma vez que a pressão da água foi tão forte que o dono da casa de ração perdeu vários produtos. Depois disso decidi colocar comportas também nas entradas das lojas”, disse.

Foto: Gabriel Borges

Em 2021 uma equipe da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural de Barra Mansa vistoriou a estrutura de drenagem feita pela concessionária. Na época o Poder Público constatou que a obra contribui para ocorrências de alagamento na localidade.

O A VOZ DA CIDADE entrou em contato com a CCR para saber o que será realizado para que esse problema seja resolvido o mais rápido possível, em nota a concessionária informou que realiza o monitoramento e a vistoria anual de drenagem, dentro da sua faixa de domínio, conforme a licença de operação da rodovia. “Segundo a Defesa Civil do município, o volume de chuva registrado no período foi de 25 milímetros em uma hora, sendo que o previsto para o dia inteiro era de 30 milímetros”, finalizou a nota.
O jornal também questionou a Prefeitura de Barra Mansa o que foi realizado durante esse tempo pelo Poder Executivo para que esse problema entre os moradores e a Via Dutra fosse resolvido.  De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, nas primeiras ocorrências registradas no distrito de Floriano, a Pasta, junto com as Secretarias de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Rural, avaliou a obra, notificou a empresa e aplicou as multas pertinentes aos transtornos causados. “Por se tratar de uma concessão federal, a Prefeitura executa as autuações cabíveis, porém a empresa tem apresentado recursos. Com as novas ocorrências, a Prefeitura vai verificar as possibilidades de novas autuações e multas diárias”, informou nota.

Córrego que transborda com as chuvas – Foto: Gabriel Borges

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