BARRA MANSA
Os moradores do Siderlândia entraram em contato com o A VOZ DA CIDADE e relataram que encontraram na última segunda-feira, dia 1°, vários peixes mortos na beira do Rio Bocaina, que corre pelo bairro. Agentes da Secretaria de Meio Ambiente localizaram um ponto de vazamento de chorume, na estação da Central de Tratamento de Resíduos da cidade. Além disso, os dejetos estavam sendo despejados na rede de drenagem de águas pluviais. A empresa foi comunicada.
De acordo com a moradora de 35 anos, Marina Castro, os residentes chegaram a recolher dois baldes com peixes mortos. Além disso, a água estaria escura e com um cheiro insuportável.
Vinícius Uberatan, de 28 anos, informou que o problema não é de hoje. “Em dezembro aconteceu a mesma coisa, a água ficou preta dois dias, só não chegamos a ver os peixes mortos porque não procuramos”, disse.
A maior preocupação seria em relação a uma futura contaminação dos animais, como vacas e cavalos, que bebem a água do rio que passa pelo bairro.
O A VOZ DA CIDADE entrou em contato com a Prefeitura de Barra Mansa para saber se existe algum registro de vazamento de substâncias no rio e se o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) já foi comunicado. Em nota o Executivo informou que agentes da Fiscalização Ambiental de Barra Mansa coletaram na tarde desta segunda-feira, 1º, e na manhã desta terça-feira, 2, amostras de água do Córrego Carioca, localizado no KM 6, com a finalidade de investigar a mortandade de peixes registrada no Rio Bocaina. As amostras foram enviadas para análise.
“Os peixes apareceram mortos no Rio Bocaina, que corta o bairro Siderlândia. Assim que a denúncia foi comunicada junto à Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, equipes da fiscalização foram até o local verificar a situação”, informou a nota.
De acordo com o secretário da Pasta, Vinícius Azevedo, os guardas ambientais fizeram o percurso à montante, ou seja, rio acima. “Eles percorreram o Rio Bocaina e o Córrego Carioca e constataram que somente após o Centro de Tratamento de Resíduos as águas estão turvas, apresentam cheiro forte e os peixes mortos. Diante deste fato, procederam com a investigação e encontraram um ponto de vazamento de chorume, na estação da Central de Tratamento de Resíduos. No local, os dejetos estavam sendo despejados na rede de drenagem de águas pluviais”, relatou Vinícius.
O CTR foi comunicado sobre o problema e a Secretaria está procedendo com a lavratura do auto de infração, que implica em multa e reparos dos danos ambientais provocados no Córrego Carioca e Rio Bocaina.
O Instituto do Meio Ambiente (Inea) está acompanhando o caso.
A empresa que opera o CTR enviou nota ao A VOZ DA CIDADE informando que técnicos do Inea estiveram no local e não constataram nenhum vazamento. Leia abaixo a nota na integra.
“A Central de Tratamento de Resíduos (CTR) de Barra Mansa opera em estrita observação às regras e controles ambientais relativos às atividades que envolvem o aterro sanitário. Inclusive, com a instalação de tecnologia de tratamento de chorume muito superior àquela determinada no edital de licitação.
Portanto, não há nenhuma ocorrência ou risco de vazamento de quaisquer materiais provenientes da CTR. Nestas segunda e terça-feiras, técnicos do Inea (Instituto do Meio Ambiente) e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente estiveram no CTR e não constaram nenhum vazamento. O sistema de monitoramento de águas superficiais e subterrâneas é permanente e todas as análises são enviadas periodicamente ao Inea, garantindo a segurança da operação e preservação daquele ecossistema.”