Moradores do Açude realizam manifestação para impedir o fechamento do Ciep

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VOLTA REDONDA

Nesta quarta-feira, 26, moradores do Açude realizaram um protesto em frente ao Ciep 403 – Maria de Lourdes Giovanett, com o objetivo de impedir que os caminhões levassem os móveis da escola. O ato foi repugnado pela comunidade, que vem lutando pelo não fechamento da unidade. Segundo depoimentos dos presentes, teria sido publicada no Diário Oficial a extinção da unidade escolar e com isso foi feito um planejamento do recolhimento dos móveis para que eles fossem levados a outras unidades, porém, a assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro teria aprovado um Decreto Legislativo sustando os efeitos da resolução Seeduc nº 5702 de 28 de novembro 2018, o que impede o ato.

Na última semana, o Ministério Público Federal (MPF) expediu recomendação ao Secretário de Estado de Educação, Wagner Granja Victer, para que fosse apresentado um plano de desocupação, com prazo de cinco dias, a valer do dia 20 de dezembro.

De acordo com os depoimentos dos manifestantes, desde 2016 as matriculas vêm sendo vedadas na unidade escolar, que atualmente têm cerca de 26 alunos matriculados, e, para o ano letivo de 2019 ainda não foram abertas as matriculas. Segundo o presidente da Associação de Moradores dos bairros Açude I, II, III e IV (AMABA), Alan Cunha, o decreto de fechamento da escola foi assinado pelo Secretário Wagner Victer. “Eles vêm fechando o Ciep de forma gradativa impedindo as matriculas e esvaziando a unidade. Porém foi decretado que está revogado o fechamento da escola, então eles não podem tirar os móveis do local.

Os manifestantes chegaram ao local às 7 horas para impedir que os caminhões levassem os móveis – Foto – Fábio Guimas

O diretor administrativo da Seeduc Regional Médio Paraíba, Vitor Ricardo, disse que a equipe ao chegar ao local foi surpreendida com a resolução. “Viemos cumprir o que estava previsto na resolução que foi feita há um mês. E nós tínhamos feito o planejamento para o recolhimento e distribuição dos móveis para outras unidades. E ao chegar encontramos as pessoas aqui presentes. Com isso, eu pedi para que os cinco caminhões que vieram fazer o recolhimento, fossem embora”, conta.

Segundo o diretor administrativo da associação dos moradores, Wellison Carlos de Oliveira, o Ciep tem 24 anos de fundação e é a única unidade escolar que oferece o Ensino Médio a comunidade. Ele contou que tem dois anos que a associação procura resolver a situação da unidade, mas não foram atendidos. “Nós como associação, abraçamos a situação do Ciep. Existem vários alunos para estudarem na escola, mas alegam que a unidade não tem demanda, porém eles fecham o acesso às matriculas, então, fica complicado. Se essa unidade ficar vazia, certamente será invadida”, disse.

O ex-estudante da unidade, João Daniel Silva, de 20 anos, conta que teve que sair do Ciep em 2016 para não ser prejudicado. “A Seeduc queria fechar a escola na época, então, os alunos e professores realizaram um movimento, ocupando a escola, para impedir o ato. Eu precisei sair desse colégio, pois estava no meu ultimo ano e a paralisação iria me prejudicar, mas de qualquer forma fui prejudicado, pois tive que começar  a pagar passagem e disponibilizar mais tempo para ir estudar, pois o trajeto era muito maior. Por isso sou completamente conta o fechamento da escola e não quero que aconteça com os outros o que aconteceu comigo”, disse.

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