ITATIAIA
No início deste mês, o Ministério Público denunciou à Justiça o segundo vice-presidente da Câmara de Vereadores, Alexandre dos Santos Campos, o Tim Campos, por ato de improbidade administrativa por uma suspeita de “rachadinha” de salários de pessoas nomeadas em seu gabinete e que exerciam o cargo sem trabalhar. Em depoimento, os denunciados negaram o ato. O Ministério Público ainda solicita à Justiça o bloqueio de bens do vereador visando garantir o ressarcimento dos cofres públicos dos valores pagos a dois assessores.
O processo foi instaurado em julho de 2018. Ele tratava que dois assessores parlamentares nomeados, citados como réus no pedido do MP à Justiça, assim como o vereador, não cumpririam regularmente “suas jornadas de trabalho e, em troca, repassariam parte de sua remuneração a Tim Campos, famigerada prática conhecida como rachadinha”.
Grupo de Apoio aos Promotores (GAP) conseguiu apurar que um dos homens nomeados não cumpria com o seu expediente na câmara, pois trabalhava como pedreiro em obra de uma empresa, conforme filmagem realizada e anexada ao processo. Já a mulher, também nomeada, também trabalhava em uma empresa no período em que estava como funcionária do gabinete do vereador. O MP acusa ambos de inserirem informações falsas nas folhas de ponto, pois não poderiam estar trabalhando em dois lugares ao mesmo tempo.
O homem teria sido nomeado no período mais de um ano, de agosto de 2017 a dezembro de 2018. Já a mulher teria cumprido carga horária de outubro de 2018 a fevereiro de 2019. O processo aponta que quando foi feita diligência no gabinete do vereador, estavam apenas duas pessoas, das quatro nomeadas.
Na Justiça, o MP pede que a mulher devolva R$ 17.513,99 aos cofres públicos, e o homem R$ 69.654,02. A Tim Campos “pela sua responsabilidade como chefe que deveria zelar pelo cumprimento da carga horária dos subordinados, bem como por ter cometido o ato ilícito (definido como crime), assinando as folhas de ponto ideologicamente falsas de L., deve ser condenado ao pagamento solidariamente com ambos os demais réus pela quantia de R$ 87.168,01”, diz parte do trecho do pedido do MP.
“Ressalte-se que causa estranheza a omissão do réu Tim Campos em manter os demais réus nomeados em seu gabinete, o que indica a existência de motivos estranhos ao interesse público, talvez para obter parte da remuneração, o que ainda está sendo apurado. Desta forma, o réu Tim Campos deve ser responsabilizado por ser omisso e conivente com a grave atuação ilegal dos demais réus”, completa o pedido da promotora Luciana de Jorge Gouvêa.
PROCURADO
O vereador Tim Campos foi procurado pela equipe de reportagem do A VOZ DA CIDADE. Atendeu a primeira ligação e pediu que retornasse mais tarde, pois estava dirigindo. Após, não atendeu mais. Uma mensagem foi enviada ao seu celular informando sobre o motivo do contato e dando a oportunidade de falar sobre o caso, mas nenhum retorno foi dado até a publicação dessa reportagem.