Um transtorno de aprendizagem é caracterizado por uma dificuldade especifica na aprendizagem da leitura, escrita e/ou matemática que não pode ser explicado melhor por outro transtorno.
Neste mês de outubro é tradicionalmente marcado como o Mês da Conscientização sobre a Dislexia e por isso estou abrindo este mês para falar de um termo que circula a minha vida profissional desde sempre.
Definição de Transtorno Específico da Aprendizagem:
A dislexia continua sendo reconhecida como uma condição neurodesenvolvimental que afeta a capacidade de uma pessoa de decodificar e reconhecer palavras escritas com fluência.
No DSM-5-TR ( Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais) a dislexia é abordada dentro do espectro de transtornos do aprendizado, particularmente na leitura, que não são explicadas por fatores como baixa inteligência, falta de oportunidade educacional ou outros transtornos neurológicos.
Dificuldades Acadêmicas Específicas:
As dificuldades podem variar em diferentes aspectos da leitura, incluindo:
- Decodificação de palavras (capacidade de reconhecer palavras individuais)
- Fluência e precisão na leitura
- Compreensão de textos
Essa descrição mais ampla permite que o diagnóstico cubra diferentes manifestações da dislexia, adaptando-se melhor ao espectro de dificuldades de leitura.
Gravidade:
O DSM-5-TR especifica graus de gravidade (leve, moderado e grave), permitindo um diagnóstico mais detalhado em relação ao nível de suporte educacional que a pessoa pode precisar. Isso facilita a adaptação de intervenções personalizadas.
Intervenções e Abordagens Pedagógicas:
O manual ressalta a importância de intervenções baseadas em evidências, como programas de ensino estruturado e sistemático da leitura, particularmente o uso de métodos fônicos.
Sugere também que profissionais da saúde mental e educadores precisam estar cientes das comorbidades associadas, como o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), para garantir intervenções abrangentes.
O sofrimento de uma criança com transtorno de aprendizagem pode ser profundo, afetando seu desenvolvimento emocional, social e acadêmico. Transtornos de aprendizagem, como dislexia, discalculia e disgrafia, impactam diretamente a capacidade da criança de adquirir habilidades básicas em leitura, escrita ou matemática, e isso pode gerar consequências negativas em diversos aspectos de sua vida.
O não tratamento adequado pode trazer outros transtornos como depressão, ansiedade, insegurança, baixa alto-estima.
O sofrimento da criança com transtorno de aprendizagem pode ser atenuado com apoio adequado, como intervenções psicopedagógicas, diagnóstico precoce e acompanhamento profissional. Estratégias adaptativas, como métodos de ensino diferenciados, auxílio de profissionais como psicólogos e fonoaudiólogos, e o uso de tecnologia assistiva, podem ajudar a reduzir as barreiras e permitir que a criança explore seu potencial. Além disso, é crucial que a criança receba apoio emocional de pais e professores, para que se sinta valorizada e compreendida em suas dificuldades.
Marcele Campos – Psicóloga Especialista em Neuropsicologia (Avaliação e Reabilitação) e Análise do Comportamento Aplicada ao Autismo, Atrasos de Desenvolvimento Intelectual e Linguagem. Trabalha há mais de 28 anos com crianças e adolescentes. Proprietária da Clínica Neurodesenvolver –
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