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Mercado financeiro eleva projeção da inflação para 7,11% este ano

Por Franciele Aleixo

 

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A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA – a inflação oficial do país) deste ano subiu de 7,05% para 7,11%. É a vigésima elevação consecutiva na projeção. A estimativa está no boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, dia 23, pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos. Para 2022, a estimativa de inflação é de 3,93%. Para 2023 e 2024, as previsões são de 3,25% e 3%, respectivamente.

A consultora de investimentos e planejadora financeira, Itaíse Cabral, traduz esse aumento para o bom português: Tudo vai aumentar. “Toda semana, o Banco Central pesquisa com as instituições financeiras em geral o que eles acham que vai ser da inflação e como eles estão projetando e divulga toda segunda-feira. O mercado se baseia nessa projeção para direcionar investimentos e estratégias, se o mercado inteiro acredita que está subindo, todos têm visões pessimistas, dessa forma, economia e inflação ficam travadas. Pois não há dinheiro circulando, já que os consumidores estão poupando”, cita.

Diante deste cenário, ela avalia que não é hora de investir em sonhos e sim, em aplicar o dinheiro. “Não é o momento de realizar sonhos, como financiar casas ou carro, comprar aparelhos tecnológicos importados. É preciso ter cautela e aplicar o dinheiro e esperar melhorias para depois de 2023, pós eleições presidenciais”, aconselha.

De acordo com ela, a meta de inflação saudável, gira em torno dos 3, 75%. “Se não tem inflação nenhuma, o mercado não anda, se está alta demais, também não. É preciso ter equilíbrio. Estamos vivendo a fase do desajuste e o Banco Central tem que aumentar a taxa de juros para equilibrar. Na medida que gasta menos, os preços caem, esta é a ferramenta para regular o mercado”, avalia.

MAIS DADOS


A previsão para 2021 está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.

Em julho, a inflação subiu 0,96%, o maior resultado para o mês desde 2002, quando a alta foi de 1,19%. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,76%, no ano, e 8,99%, nos últimos 12 meses.

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 5,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2021 em 7,5% ao ano. Para o fim de 2022, a estimativa é de que a taxa básica mantenha esse mesmo patamar. E tanto para 2023 como para 2024, a previsão é 6,5% ao ano.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas podem dificultar a recuperação da economia. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

As instituições financeiras consultadas pelo BC reduziram a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano de 5,28 para 5,27%%. Para 2022, a expectativa para Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 2%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2,5%.

A expectativa para a cotação do dólar se manteve em R$ 5,10 para o final deste ano. Para o fim de 2022, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,20.

 

 

 

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