SUL FLUMINENSE
Com a pandemia do novo coronavírus e o isolamento social, o sedentarismo que decorre pela falta de atividade física preocupa profissionais da saúde. De acordo com o médico clínico geral, Pedro Henrique Paes Lemos, pessoas com excesso de peso tendem a ter pressão e glicemia mais elevadas e outras condições propícias a quadros graves de Covid-19. Devido a esses fatores, o Ministério da Saúde a inclui entre os principais fatores de risco para complicações, ao lado de doenças cardíacas, diabetes e idade avançada.
Segundo o médico, vem sendo observado nos casos de Covid-19, que os pacientes obesos ,independente da idade, apresentam um desenvolvimento de quadros mais graves da Covid-19. “Os pacientes obesos se enquadram numa síndrome metabólica, que seria a combinação entre hipertensão, dislipidemia e diabetes, sendo fator de risco relacionado para o desenvolvimento de todas essas doenças. Portanto, devido as comorbidades e por se mostrarem mais vulneráveis a doença, a obesidade tem se destacado como um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de quadros mais graves da Covid-19, ”, relatou.
Pedro Henrique Paes Lemos afirma ainda que, com a quarentena e a falta da prática de atividade física, é fundamental que as pessoas tenham consciência da importância do exercício físico e de uma boa alimentação. “O aumento da ansiedade, decorrente da pandemia, pode ocasionar uma perversão do apetite, onde, a pessoa desconta a ansiedade em alimentos de alto índice calórico, o que prejudica ainda mais a questão da obesidade. Por tanto é fundamental que as pessoas tenham consciência da importância da prática de exercício físico, mesmo que durante esse período seja de forma adaptada, associada a uma alimentação saudável e uma boa noite de sono, o que além de fortalecer a imunidade, combate a obesidade e todas as doenças associadas à síndrome metabólica como, a ansiedade gerada pelo isolamento social”, pontuou.
Recentemente foi divulgada uma pesquisa norte-americana no site Annals of internal Medicine, que revela que a obesidade aumenta em até quatro vezes o risco de morrer por covid-19.
VIDA SAUDÁVEL
Incentivar a manutenção de uma rotina de vida fisicamente ativa, é fundamental durante o período de quarentena, porém, o desafio, ainda é grande, pois em período de reclusão domiciliar, a população tende a adotar uma rotina mais sedentária, seja sentado, assistindo à TV ou passando mais tempo em frente a dispositivos eletrônicos, o que coopera para maus hábitos alimentares. Segundo a profissional de educação física e personal trainer, Ana Carolina Barros de Oliveira, o fast food, entrou como um prazer para saciar a falta de algumas mudanças na rotina, e colaborou para que aumentasse o número de pedidos por aplicativos, não só para os grupos especiais, que são os obesos, mas também, para a população em geral.
“A mudança das atividades trabalhistas, da rotina da vida social e o fechamento das academias durante 30 dias, fez com que aumentasse o número de pedidos por aplicativos para a população em geral. O fast food apresenta uma quantidade de gordura desnecessária para o corpo, o que pode ocasionar várias doenças como o colesterol alto e diabetes”, relatou a profissional alertando ainda que o número de pessoas que consomem fast food aumentou e o de atletas diminuiu.
“As pessoas que fazem o uso contínuo do fast food, geralmente são pessoas que não fazem parte do grupo de pessoas que são praticantes da atividade física, e como os exercícios físicos ficaram mais restritos durante a pandemia, o número de pessoas que consumem fast food aumentou e o de atletas diminuiu. O que é preocupante, pois, dentro do fast food não tem opção saudável, sem contar que a pandemia diminuiu a rotina das pessoas, acarretando outros tipos de doença, como a ansiedade que colabora pela busca incessante pela comida”, disse.
AUMENTO EM VENDAS DE APLICATIVO DE COMIDA
Segundo pesquisa realizada pela Mobills, startup de gestão de finanças pessoais, que analisou dados de mais de 160 mil usuários, as vendas por delivery cresceram quase 100% entre janeiro e maio deste ano na comparação com igual intervalo do ano passado. A empresa constatou que os gastos com os principais aplicativos de entregas focados no delivery de comida cresceram 94,67% no período.