Médico psiquiatra expõe ‘Olhar Itinerante’ no Sider Shopping

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VOLTA REDONDA

Com olhar criativo, o médico psiquiatra Adriano Gannam saiu pelo mundo afora em busca de experiências. E muito mais do que viagens com destinos comuns, estava em busca de descobrir mais sobre o comportamento. E foi o Sider Shopping, em Volta Redonda, que abriu suas portas para uma exposição inusitada.

Com um rico material fotográfico e cheio de histórias para contar, Adriano Gannam foi convidado pelo Sider Shopping para expor um pouco do seu trabalho e apresentar parte da sua vivência nessas viagens, através de imagens. Todas as fotos, que foram produzidas em agosto deste ano, estarão para visitação até o dia quatro de outubro, no Piso S, com entrada gratuita e classificação livre. A mostra foi aberta na última quinta-feira, 26, e toda a Região Sul Fluminense está convidada a vivenciar o mundo aos olhos de Adriano Gannam.

ROTEIROS TURÍSTICOS

Para montar a exposição, o médico fugiu dos tradicionais roteiros turísticos e começou a viajar por países e lugares cada vez menos procurados por turistas e foi ficando fascinado por destinos assim. Ele se apaixonou pela fotografia documental, aquela que trabalha no registro artístico ou cultural de um momento, com seu olhar atencioso e comprometido. Cada foto conta uma história. Ele garante que passou por diferentes lugares da África como,  Namíbia; Togo, onde participou de um Mercado dos Feiticeiros; Benim, onde vivenciou um Festival de Vodu; Madagascar e Etiópia. Passou também por outros lugares como Papua, em Nova Guiné, e Ladakh na Índia.

Em cada lugar que passou percebeu como o ser humano é tão diverso e como a cultura influência na vida de cada um, participando dos festivais e rituais da religiosidade popular de toda a região. “Procuro me despir de qualquer preconceito e isso expande minha mente abrindo a minha cabeça para entender melhor a mente humana e suas influências e culturas”, contou Adriano Gannam.

DE CORPO E ALMA

Hoje, o médico e fotógrafo mergulha de corpo e alma, em sua paixão e verdadeira vocação para conhecer e tentar se aprofundar nas histórias de vida de cada um, seja quem for. Entre suas viagens, e entre uma foto e outra, ele vai conhecendo as culturas e histórias pessoais de cada ser humano, vivendo situações inusitadas. “O trabalho infantil em Madagascar é algo muito natural. As crianças carregando pedras na cabeça e sorrindo é algo que me chocou, elas não terem referência de uma vida melhor. Vi uma criança de mais ou menos 3 anos imitando as mais velhas, colocando a pedra na cabeça e sorrindo sem perspectiva nenhuma de nada. São pessoas puras, por incrível que pareça, a tecnologia ainda não chegou por lá. Os aborígenes por exemplo, me chamam muita atenção pela pureza e a agressividade primitiva. Sinto como se fossem uma joia bruta que não foi lapidada”, contou.

Adriano Gannam disse ainda que a cultura aborígene é rica e tem como característica a união de todos os seres da natureza com o ser superior que integra tudo. “Eles não vêm o ser humano como superior à natureza, mas sim, sentem-se parte dela”, lembrou ele. Agora mais do que ir e trazer novas experiências, o médico fotografo busca levar novas oportunidades a crianças que nunca viram uma.

CENA INESQUECÍVEL

Segundo Gannam, uma cena que nunca vai esquecer, é quando esteve em visita a Etiópia passando em uma comunidade carente e uma criança bateu no vidro do seu carro e ao invés de pedir dinheiro ou comida, ela só fazia sinal com as mãos pedindo caneta e papel para desenhar. “Foi quando caiu a minha ficha. Eu posso sim, fazer algo por eles. As vezes nos preocupamos em fazer algo grandioso, e deixamos de fazer por não termos essa condição. Foi quando decidi, que em cada viagem iria levar bolas para as crianças brincarem, ou lápis de cor e papel para estimular a criatividade”, explicou.

O médico lembrou que as crianças precisam, merecem e não têm. “E hoje meus pacientes e amigos me ajudam doando os materiais para que eu possa levar. Eu sei que é pouco, mas sei que estou deixando um pouco de mim. Entendo que o bem é a corrente mais forte e volto sabendo que deixei alguém com motivos para sorrir. Volto de cada viagem sabendo que trouxe um pouco da cultura deles dentro de mim e deixei um pouco de mim em cada um deles”, contou o médico fotógrafo, lembrando que uma de suas fotos já foi publicada na revista National Geographic e outras no site, facebook e instagram.

 

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