RIO DE JANEIRO
O médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, formado em 2017 em Volta Redonda, foi condenado segunda-feira, dia 9, a 30 anos de prisão em regime fechado por estupro de vulnerável contra duas mulheres. Os crimes aconteceram em julho de 2022, durante procedimentos de parto no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
Segundo informações do Tribunal de Justiça do Rio, a sentença foi proferida pela 2ª Vara Criminal de São João de Meriti. Além da pena de prisão, o médico deverá pagar R$ 50 mil de indenização por danos morais a cada uma das vítimas.
O caso ganhou repercussão nacional após o anestesista ser flagrado em vídeo abusando de pacientes sedadas, enquanto equipes médicas realizavam cesarianas. O flagrante foi possível graças à desconfiança de profissionais do hospital, que notaram a aplicação de doses excessivas de sedativos. Eles decidiram registrar as imagens com um celular escondido na sala de parto.
A delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti à época, classificou o vídeo como “estarrecedor”. Segundo ela, mesmo com experiência em casos graves, o conteúdo chocou toda a equipe policial.
Em julho de 2023, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) cassou, de forma definitiva e por unanimidade, o registro profissional de Giovanni Quintella Bezerra. A decisão reforçou a gravidade do caso, que envolveu pacientes em estado de total vulnerabilidade, no momento mais delicado da vida: o nascimento de um filho.
Até a públicação desta reportagem, a defesa de Giovanni não havia se manifestado.
