Médico de Barra Mansa fala do ibuprofeno e uso excessivo de remédios para dor e febre

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BARRA MANSA

Nesta semana, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou que as pessoas não utilizassem o ibuprofeno para tratar os sintomas do Covid-19. A recomendação veio depois que o ministro da Saúde da França alertou, no sábado, dia 14, contra a substância encontrada no anti-inflamatório. Para falar sobre o assunto, o A VOZ DA CIDADE conversou com o médico e chefe do Serviço de Pneumologia do Hospital Santa Maria, em Barra Mansa, Gilmar Alves Zonzin, que alertou sobre os riscos de utilizar remédios para dor e febre de forma excessiva.

O Ministério da Saúde também divulgou uma nota recomendando ‘o não uso’ de ibuprofeno e outros anti-inflamatórios não esteroidal (AINE) para pessoas com sintomas do novo coronavírus. Os anti-inflamatórios não esteroidal, como ibuprofeno, costumam ser utilizados em casos de dor, febre, inflamações e cólicas menstruais. Apesar de muito difundidos, autoridades sanitárias questionam a eficácia dos medicamentos.

De acordo com o Dr. Gilmar, todo medicamento anti-inflamatório é potencialmente tóxico, especialmente para pessoas com idade avançada. “Na Europa não é comercializado o dipirona e o paracetamol é pouco utilizado. Com isso, eles usaram muito ibuprofeno”, relatou, explicando que com o tempo, foi observado que as pessoas que utilizaram o remédio tiveram mais complicações de saúde. “Por isso, acabamos adotando a não recomendação deste medicamento”, disse.

O MAIOR PROBLEMA ESTÁ NO EXCESSO

O pneumologista ainda reforçou que o maior problema não é o remédio em si, mas a forma como ele é usado. “Devemos sinalizar que utilizar medicamentos de dor ou febre de forma abusiva, é prejudicial à saúde de qualquer um. Não é um remédio que deve ser tomado de forma regular para evitar sintomas, mas sim quando é necessário” afirmou, sugerindo o dipirona ou paracetamol, que devem ser usados de forma consciente.

O médico ainda alertou sobre a importância de se manter bem hidratado e com uma alimentação equilibrada, uma vez que isso ajuda no sistema imunológico. “Para qualquer situação clínica e infecciosa, é de suma importância o repouso, bastante líquido e boa alimentação, pois o organismo responde a isso e melhora”, expressou.

Além disso, de acordo com Gilmar, as pessoas com doenças crônicas, que estão no quadro de risco, têm que cuidar da doença de forma regular. “Algumas vezes, as pessoas são negligentes na hora de tomar os medicamentos recomendados. Isso aumenta o risco de quadros graves. Além do afastamento social, alimentação e hidratação, as doenças crônicas também devem ser cuidadas, principalmente as pessoas de idade mais avançadas”, finalizou.

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